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Cidades sufocantes! Calor extremo e saúde comprometida pela ausência de áreas verdes
Entenda como a escassez de áreas verdes nas cidades intensifica o calor, agrava doenças e compromete a qualidade de vida.
A presença de árvores e áreas verdes em centros urbanos desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Elas não apenas proporcionam conforto térmico, mas também contribuem para a saúde pública e a mobilidade urbana. Além disso, as árvores são fundamentais na absorção de poluentes e na manutenção da biodiversidade. No entanto, um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que milhões de brasileiros vivem em áreas urbanas sem arborização adequada.
De acordo com o Censo Demográfico de 2022, mais de 58,7 milhões de brasileiros residem em ruas sem árvores. A pesquisa analisou diversos fatores do entorno dos domicílios, como pavimentação e iluminação pública, destacando a distribuição desigual da arborização nas vias urbanas do Brasil. Apenas uma pequena parcela da população tem acesso a ruas com cinco ou mais árvores por trecho, evidenciando uma carência significativa de vegetação urbana.
Como as áreas verdes afeta o conforto térmico?
Marta Romero, especialista em planejamento ambiental urbano, destaca que a ausência de vegetação nas cidades pode elevar as temperaturas em até 2,5°C. As áreas sombreadas por árvores incentivam o deslocamento a pé, promovendo uma maior mobilidade urbana e contribuindo para a saúde da população. Além disso, as árvores ajudam a reduzir ruídos, filtrar poluentes e melhorar a umidade do ar, fatores essenciais para o bem-estar dos moradores urbanos.

Quais são os desafios das áreas verdes nas periferias urbanas?
A escassez de áreas verdes é mais evidente nas periferias, onde a falta de infraestrutura verde reflete desigualdades sociais. As regiões densamente povoadas sofrem com menor qualidade ambiental e menor investimento em lazer e infraestrutura verde. Juliana Gatti, presidente do Instituto Árvores Vivas, alerta que o problema não se resume ao plantio, mas também à preservação das árvores existentes, que são insubstituíveis diante dos extremos climáticos.
Qual é o papel das políticas públicas na arborização urbana?
O fortalecimento de políticas públicas voltadas ao meio ambiente é essencial para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Humberto Lúcio Lima, diretor do Instituto Arvoredo, enfatiza a importância de envolver a sociedade em projetos de plantio de árvores e educação ambiental. Essas iniciativas são fundamentais para levar a arborização a áreas historicamente negligenciadas, como as periferias, que sofrem mais com o calor e a falta de sombra.
Como a arborização urbana contribui para a saúde pública?
A Organização Mundial da Saúde recomenda que haja 12 metros quadrados de área verde por habitante para garantir uma qualidade ambiental mínima. Essa medida é crucial para a redução de poluentes do ar, controle de temperatura e prevenção de alagamentos. Além disso, a presença de áreas verdes diminui o risco de doenças respiratórias e cardíacas, destacando a importância da arborização para a saúde pública.