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Cinelândia é cenário do novo trabalho do Grupo SATS, ‘Tecnologias para Permanecer’

Ação performativa promoverá, ao longo de 10 dias, 12 horas diárias e ininterruptas de coreografia e intensidade no Centro do Rio

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(Foto: Igor Keller/ Divulgação)

(Foto: Igor Keller/ Divulgação)

“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” A máxima de Friedrich Nietzsche se comunica bem com o novo trabalho do Grupo SATS, que estreia “TECNOLOGIAS PARA PERMANECER”, uma ação coreográfica que acontece por cinco dias consecutivos, de 7 às 19h. A largada desta jornada será dada dia 08 de março na Cinelândia, onde permanece até o dia 12. A segunda fase do projeto será na semana seguinte – entre 15 a 19 de março – na Central do Brasil.

Na proposta, o SATS conta com seis performadores que, munidos de fones de ouvidos e determinação, atuarão num sistema de revezamento, dançando um mesmo fragmento coreográfico por 12 horas ininterruptas.

“A rua realmente te convida a experimentar as ferramentas de criação de outro modo; há uma intensidade neste espaço que é da ordem do imprevisível. Parte do que você programa para acontecer na rua tende a falhar, e essa possibilidade faz com que o trabalho se organize de muitas formas. Além disso, há um espaço concreto de encontro, por não estarmos fechados dentro de um espaço privado, ou cobrando qualquer dinheiro de quem visualiza a dança-performance”, ressalta Deisi Margarida, fundadora do grupo em 2016.

 

Em paralelo à dinâmica das apresentações, o grupo recebe inscrições de artistas e demais interessados para uma oficina gratuita – também realizada no espaço público e com fones de ouvido. Realizada de 22 a 24 de março, a oficina resultará no Re-enactment, onde será proposto aos inscritos a reapresentação da ação coreográfica do projeto, distribuindo os artistas envolvidos em diferentes pontos do espaço público escolhido no dia 26 de março. Para se inscrever é preciso enviar um breve currículo, com nome e telefone, até o dia 19 de março, para o e-mail [email protected]. A lista com os selecionados será divulgada no Instagram / Facebook do grupo.

A ação principal produz uma instalação escultórica no espaço público que não se coloca pela simples presença, mas pela capacidade coreográfica de incidir como um ruído, se apresentando de modo insistente na cidade. “A vivência das especificidades de uma obra na rua nos colocou num estado de alerta e tensão diante desse caos absolutamente vigiado. Há no corpo problemas coreográficos que são da ordem da cidade. E, neste trabalho, estamos munidos de máscaras apropriadas e tomando todos os cuidados na exposição nas ruas em meio à pandemia”, reflete Rodrigo Gondim, também fundador da companhia, sobre o processo desenvolvido pelo grupo que, em seu histórico, realizou duas de suas três criações em meio à cidade.

“A ideia de ir para a rua e produzir um trabalho em dança que se ocupe da duração, e não do espaço, ganhou nova delimitação no contexto pandêmico. Nossa ação não desloca e reúne pessoas, pelo contrário. Estamos interessados, justamente, nos que passam por aquele espaço porque precisam estar ali” reitera Deisi. “Para nós, a rua não é um cenário, um pano de fundo para mais um discurso, muito menos é um palco. Por isso, neste trabalho não faz sentido pensar em público no modo mais tradicional. Quem nos olha, ou quem nos ignora, está interagindo na mesma medida, seja na rua ou em nossas redes sociais. Estamos todos em diálogo. A rua é uma grande encruzilhada. Sem dúvida, é o lugar onde mora o imprevisível”, sintetiza Rodrigo.

 

 

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