Clima esquenta no JN após telejornal reclamar dos atrasos na divulgação dos números atualizados de coronavírus

O Jornal Nacional começou nesta quinta-feira (4), informando que ia mudar a forma de apresentar os números de casos confirmados e óbitos provocados pela covid-19 no Brasil. O telejornal da Rede Globo citou os atrasos recentes do Ministério da Saúde no resultado dos dados para justificar a mudança no procedimento.

“Para que você tenha sempre os números mais atuais dessa pandemia, a partir de hoje o Jornal Nacional vai apresentar os dados das secretarias estaduais de Saúde, totalizados pelo G1. E também os números atualizados do Ministério da Saúde quando forem divulgados a tempo, porque a nossa missão no JN é levar a você todas as informações relevantes sobre esse desafio enorme que a pandemia impõe à saúde dos brasileiros”, disse William Bonner.

Logo após a vinheta de abertura do telejornal, Bonner lembrou como funciona a divulgação do Ministério da Saúde desde o começo da pandemia do coronavírus no Brasil.

“Desde o início da pandemia, o Jornal Nacional tem registrado os números oficiais do Ministério da Saúde. Você talvez ainda se lembre, no começo os números de casos de óbitos eram anunciados às 17h em Brasília, imediatamente antes da entrevista coletiva diária com o então ministro Luiz Henrique Mandetta. Com a saída de Mandetta, as entrevistas coletivas deixaram de ser diárias, e a divulgação dos dados foi sendo retardada. Passou a ser feita às sete da noite na gestão do ministro Nelson Teich”, confirmou.

Em seguida, a apresentadora Renata Vasconcellos comentou a divulgação feita pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (03), quando o país bateu o recorde de mortes confirmadas em um período de 24 horas, totalizando em 1.349 novos óbitos.

“Com a saída de Teich, esse atraso aumentou. Ontem, o Ministério da Saúde alegou problemas técnicos e avisou que só divulgaria os dados às dez horas da noite. Essa planilha foi divulgada às 22h mesmo com os dados atualizados desde as 19h”, falou Renata.

No entanto, antes do início do JN, o Ministério da Saúde negou que o atraso no resultado dos dados da última quarta-feira (3), tenha sido proposital. A Pasta continuou com a justificativa de que foi um problema técnico. “Essas situações podem acontecer, porque esse processo de checagem é muito variável”, disse o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.

Macário disse também achar “lamentável” que a imprensa confirme como recorde o número de mortes confirmadas em 24 horas, porque nem todos ocorreram neste período. “Não estou menosprezando a importância de informação, de casos e óbitos. Somente não concordo com essa colocação”, confirmou.