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Dior resgata o passado! Como a moda encontrou a arte nos palcos de Roma
Testemunhe a magia da Dior em Roma
Em maio de 2025, a cidade de Roma foi palco de um evento de moda que uniu história, arte e alta-costura. Maria Grazia Chiuri, diretora de criação da Dior, apresentou as coleções de cruise 2026 e inverno 2025 em um desfile que se destacou pela sua abordagem cinematográfica e pela rica inspiração histórica. O evento aconteceu no icônico Teatro della Cometa e nos jardins da Villa Albani Torlonia, locais que, por si só, já carregam uma carga cultural significativa.
O Teatro della Cometa, restaurado por Chiuri e sua família, serviu como ponto de partida para a apresentação. Este espaço, que já foi revitalizado pela condessa Anna Laetitia Pecci-Blunt em 1958, reflete o compromisso da estilista com a preservação cultural. O desfile principal, no entanto, ocorreu no jardim da Villa Albani Torlonia, um local famoso por abrigar a maior coleção privada de esculturas gregas e romanas antigas.
Qual foi a inspiração por trás do desfile da Dior em Roma?
A inspiração para o desfile de cruise 2026 da Dior veio do Bal Blanc, uma festa icônica organizada por Mimi Pecci-Blunt em 1930. O dress code preto e branco do evento foi uma homenagem a essa celebração histórica, com homens vestindo preto e mulheres, branco. A coleção seguiu essa paleta de cores, com adições de dourado e vermelho, refletindo a evolução da moda ao longo dos tempos.
Chiuri explorou uma narrativa que mistura o real e o fantasioso, integrando elementos de prêt-à-porter com haute couture. A coleção apresentou fraques e coletes masculinos combinados com saias longas, jaquetas militares e referências a roupas clericais. Plissados e drapeados evocaram trajes da antiguidade, enquanto o veludo trouxe à mente os looks icônicos de Anita Ekberg em “La dolce vita”.
Como o cinema influenciou o desfile da Dior?
O desfile não foi apenas um evento de moda, mas também uma experiência cinematográfica. Os espectadores online foram presenteados com um filme dirigido por Matteo Garrone, que colaborou pela terceira vez com Chiuri. O curta-metragem explorou a coexistência de memórias do passado com o presente, inspirando-se em “Fantasmas em Roma” de 1961. As criações atuais da Dior foram apresentadas ao lado de figurinos de clássicos italianos, como “O leopardo” de 1963.
O filme destacou a fusão entre realidade e fantasia, uma característica do neorrealismo italiano, movimento que influenciou profundamente o trabalho de Chiuri na Dior. Desde sua chegada à marca em 2016, a estilista tem explorado a tensão entre opostos, equilibrando técnica e conceito em suas coleções de alta-costura e meia-estações.
O impacto cultural e artístico do desfile
O desfile da Dior em Roma foi mais do que uma apresentação de moda; foi uma celebração da cultura e da arte italianas. Ao restaurar o Teatro della Cometa e escolher a Villa Albani Torlonia como cenário, Chiuri reafirmou seu compromisso com a preservação cultural. A escolha dos locais e a inspiração cinematográfica reforçaram a conexão entre moda, história e arte, elementos que são centrais na visão criativa da estilista.
Além disso, a colaboração com a casa Tirelli, responsável pelos figurinos originais de clássicos italianos, destacou a importância da tradição e da inovação na moda. O desfile mostrou como a moda pode ser uma forma de arte que dialoga com o passado, presente e futuro, criando uma experiência única e memorável para todos os envolvidos.