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Doris Monteiro e Leny Andrade serão veladas juntas no Theatro Municipal do Rio

As duas eram muito amigas e morreram nesta segunda-feira (24)

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Doris Monteiro e Leny Andrade serão veladas juntas no Theatro Municipal do Rio (Foto: Divulgação)
Doris Monteiro e Leny Andrade serão veladas juntas no Theatro Municipal do Rio (Foto: Divulgação)

Os velórios das cantoras Leny Andrade, de 80 anos, e Dóris Monteiro, de 88, serão realizados nesta terça-feira (25), entre 10h e 13h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e serão abertos ao público. As duas eram muito amigas e morreram nesta segunda-feira (24).

Leny Andrade faleceu por conta de complicações de uma pneumonia e Dóris Monteiro de causas naturais.

Nascida Adelina Doris Monteiro, a artista começou a cantar profissionalmente ainda na adolescência, no fim da década de 40. Nos anos 50, ela se consagrou como uma das maiores intérpretes do país.

Descrita por renomados críticos musicais como a cantora que tem “a bossa de quem já nasceu sabendo” e símbolo de “modernidade já atemporal” no universo da música brasileira, a carioca Doris Monteiro começou a despontar para o público aos 15 anos, cantando em programa de calouros no rádio, em francês. O ano era 1949 e o samba-canção consagrava cantores com vozes de alta potência e repertório de dor de cotovelo.

Doris, porém, tinha a voz suave e emprestava charme e frescor às canções, privilegiando também letras mais alegres e firmando-se como precursora de um estilo que viria a ter destaque também na bossa nova, além de acumular gravações de sucesso nas décadas seguintes – especialmente nos anos 60 e 70. É considerada uma das mais expressivas cantoras da transição do samba-canção para a bossa nova.

A artista tem um papel importante na história da música brasileira ainda por ter afiançado, com sua arte, o início da carreira de grandes criadores. “Um atrás do outro, Doris ajudou a deslanchar compositores como Tom Jobim e Dolores Duran (Se É Por Falta de Adeus), o hoje injustamente esquecido Fernando César (Dó-Ré-Mi, Graças a Deus e Joga a Rede no Mar), Billy Blanco (Mocinho Bonito), Sílvio César (O Que Eu Gosto em Você), Sidney Miller (Alô Fevereiro), Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho (Mudando de Conversa)”, ressalta em artigo o jornalista, biógrafo e escritor Ruy Castro.

Doris nasceu e foi criada em Copacabana, primeiro pela mãe biológica – que, sozinha, se viu impossibilitada de trabalhar como empregada doméstica e proporcionar os cuidados que a filha necessitava – e depois pelo casal Lázaro e Ana, ele porteiro de um prédio e ela dona de casa. Foi uma infância sem privilégios em termos financeiros, mas com muito foco na educação.

Mesmo com dificuldades, os pais conseguiram que ela fizesse o primário em uma escola privada, o Colégio Copacabana, e posteriormente ela foi aprovada para ingressar no Colégio Pedro II, tradicional instituição de ensino público federal.

Ela também estudou na Cultura Inglesa e aprendeu a falar francês com a mãe, que tinha vivido nove anos em Lyon.

No começo dos anos 50 foi convidada pelo cantor Orlando Correia a fazer estágio de um mês na Rádio Guanabara, onde foi crooner da Orquestra Napoleão Tavares e Seus Soldados Musicais. Doris, porém, queria ingressar na Rádio Tupi, cuja audiência era bem maior. Para tanto, contava com um traço marcante de sua personalidade – a capacidade incansável de insistir até conquistar o que quer – e uma ajuda do destino: no prédio em que ela morava vivia Alcides Gerardi, cantor da Tupi que fazia muito sucesso na época.

Carioca, nascida no berço da bossa nova e de algumas matrizes do samba, Leny Andrade é um grande nome da música brasileira.

Ausente dos cenários musicais por questões de saúde, a cantora gravou sua última música em 2022: o single gravado com o pianista Gilson Peranzzetta para festejar seus 80 anos. A música é uma composição do ano de 1957, pelos compositores Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran.

A artista totaliza 34 álbuns lançados entre 1961 e 2018, com destaque para títulos como A sensação (1961) e Estamos ai (1965). Leny sempre foi orgulhosa de dar vozes a composições de autores brasileiros e cantava português dentro e fora do país.

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