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Essa amoreira-preta cresceu junto com a minha filha e hoje as duas têm algo em comum
O crescimento aconteceu aos poucos, quase sem ser percebido
A amoreira-preta, conhecida cientificamente como Rubus fruticosus, entrou na minha vida quase ao mesmo tempo em que uma criança muito especial da minha família começou a dar os primeiros passos. Plantei a muda no canto do quintal, sem imaginar que aquele arbusto se tornaria uma espécie de régua afetiva para medir o tempo, crescendo lado a lado com a criança e marcando, em cada safra de frutos, novas etapas da nossa história em comum, sempre marcada pela doçura dessas memórias.
O que é a amoreira-preta Rubus fruticosus
A palavra-chave principal aqui é amoreira-preta, mas, para mim, ela acabou ganhando outro nome: “a árvore de memórias”. É o nome popular de uma das espécies do gênero Rubus, bastante cultivada em jardins, quintais e pequenas propriedades, escolhida por mim justamente por remeter à infância e às colheitas em família, momentos de pura afetividade.
Trata-se de um arbusto perene, de ramos flexíveis e muitas vezes espinhosos, que produz as conhecidas amoras-pretas em cachos que mudam de cor ao longo da maturação. Elas passam do verde ao vermelho até atingirem o tom roxo-escuro ou preto, cor que eu e a criança aprendemos a reconhecer como a “hora certa de colher”, quando o aroma fica mais intenso e o sabor, mais doce.

Como a amoreira-preta se adapta ao quintal
A Rubus fruticosus prefere climas amenos, mas apresenta boa resistência em diferentes regiões do Brasil, desde que não enfrente calor extremo constante ou solos encharcados. No meu quintal, ela se adaptou tão bem que, ano após ano, parecia mais confiante, preenchendo o espaço com ramos vigorosos que transformaram aquele canto em um verdadeiro refúgio verde.
A planta desenvolve um sistema de raízes forte e emite brotações laterais com facilidade, transformando um pequeno canteiro em uma área bem preenchida em poucos ciclos. Vi isso acontecer diante dos meus olhos: o espaço que antes era só um cantinho de terra virou um corredor verde, que passei a conduzir com podas, amarrações e um cuidado quase terapêutico.
Como a amoreira-preta cresce rápido como uma criança
O crescimento da amoreira-preta pode ser comparado ao de uma criança pela velocidade com que a planta se estabelece e ganha altura. Quando plantei a muda, a criança ainda cabia no meu colo; poucos anos depois, o arbusto já alcançava o porte de uma pessoa pequena, principalmente quando conduzido em espaldeiras, cercas e suportes simples, criando uma sensação de constante crescimento.
Observei na prática que alguns fatores interferem diretamente nesse desenvolvimento acelerado da Rubus fruticosus, ajudando a manter a planta vigorosa e produtiva ao longo das temporadas de crescimento:
- Solo fértil e bem drenado: misturei terra com composto orgânico e areia, favorecendo o enraizamento e a formação de novos ramos.
- Boa incidência de luz solar: escolhi um canto do quintal onde o sol batia várias horas por dia, o que aumentou o vigor da planta e a quantidade de frutos.
- Rega equilibrada: mantive o solo úmido, mas nunca encharcado, reforçando as regas nos dias mais quentes, sempre ao fim da tarde.
- Poda regular: removi ramos velhos e excessivamente longos, estimulando brotações novas e controlando a tendência da planta de se espalhar demais.
No vídeo, o Hora da Roça conta como a amoreira-preta:
Como cuidar de uma amoreira-preta no quintal
Acompanhar o desenvolvimento da planta junto ao crescimento das crianças da família virou quase um calendário vivo no quintal. Manter a amoreira-preta saudável deixou de ser apenas uma tarefa de jardinagem e se tornou uma forma de registrar memórias ao ar livre, com cuidados simples e regulares, reforçando a importância da atenção e do cuidado contínuo.
O cultivo não é complexo e se encaixou bem na rotina, bastando observar folhas, ramos e solo e fazer pequenos ajustes quando necessário. Ao longo do tempo, alguns passos se mostraram fundamentais para que o arbusto crescesse bem e produzisse frutos de qualidade.
- Escolha do local: priorizei um ponto com boa luminosidade e espaço para a expansão dos ramos, sem abafar outras espécies do quintal, e de fácil acesso para a criança acompanhar a planta.
- Preparo do solo: antes de plantar, incorporei matéria orgânica, como composto e esterco curtido, aumentando a fertilidade e criando um “berço” mais rico para as raízes.
- Plantio: abri uma cova adequada ao tamanho da muda, acomodei bem as raízes e cobri com terra fofa, pressionando levemente com as mãos, enquanto respondia às perguntas curiosas sobre o futuro das amoras.
- Rega: nos primeiros meses, mantive regas frequentes, sem deixar o solo secar demais; depois, reduzi a frequência, permitindo que a planta se adaptasse melhor às chuvas naturais.
- Poda e condução: à medida que os ramos cresciam, removia os muito velhos ou secos e amarrava os principais em suportes, guiando a planta sem limitar seu jeito próprio de se expandir.