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Este é o tipo de café que “devia ser proibido” e muitos ainda têm em casa

Descubra o que dizem os especialistas e por que os cafés especiais ganham espaço

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Este é o tipo de café que “devia ser proibido” e muitos ainda têm em casa
Tradição ou sabor? O motivo pelo qual o café torrefacto ainda é consumido

O café é uma das bebidas mais consumidas mundialmente, e sua popularidade deu origem a diversas técnicas de preparação e torrefação, cada uma com suas particularidades e sabores únicos. No entanto, nem todas as práticas são vistas com os mesmos olhos quando se trata da qualidade da bebida, especialmente no caso do café torrefacto, método que recebe críticas severas de especialistas devido à sua forma de produção.

Quais são os impactos do café torrefacto na experiência da degustação?

A principal crítica ao café torrefacto é a modificação profunda de suas características sensoriais. O processo de caramelização do açúcar durante a torrefação cria um sabor predominante, muitas vezes descrito como artificial e desagradável, o que dificulta perceber as notas naturais do grão.

Especialistas afirmam que, ao mergulhar um grão torrefacto em água fria, observa-se uma coloração intensa, mas sem aromas ou sabores agradáveis. Assim, a autenticidade do café puro fica comprometida, pois nuances frutadas e florais são perdidas.

Além disso, o processo mais agressivo de torrefação pode contribuir para a formação de compostos amargos e até certa adstringência à bebida, tornando a experiência de degustação menos prazerosa. Para quem aprecia cafés especiais, o torrefacto pode parecer plano e com perfil sensorial empobrecido, dificultando a identificação das características próprias do terroir e da variedade do grão. Vale destacar que, em degustações profissionais, o café torrefacto costuma apresentar uma persistente sensação de queimado, mascarando possíveis qualidades da matéria-prima original.

Por que os cafés especiais têm um preço mais elevado?

Os cafés especiais se destacam por práticas de produção que priorizam a sustentabilidade, a qualidade e a excelência do sabor. Esses grãos são colhidos no ponto ideal de maturação e passam por uma seleção rigorosa, além de técnicas cuidadosas de fermentação.

Esses cuidados refletem-se diretamente em custos de produção mais elevados, fator que influencia o preço final do produto. Para entender melhor, confira as razões que tornam os cafés especiais mais caros:

  • Colheita seletiva feita no auge da maturação
  • Processos controlados de fermentação e secagem
  • Rigorosa seleção dos melhores grãos
  • Investimentos em práticas sustentáveis

Outro ponto importante é que os cafés especiais costumam ser de origem única (denominados “microlotes” ou “origem única”), muitas vezes cultivados por pequenos produtores em micro-lotes específicos, o que valoriza ainda mais o produto e acrescenta exclusividade ao consumo. Frequentemente, esses cafés também possuem certificações e rastreabilidade, garantindo ao consumidor um produto de alta qualidade do grão até a xícara. Dessa forma, além da experiência sensorial diferenciada, há o compromisso social e ambiental agregado à cadeia produtiva.

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Café com gosto de queimado? Veja por que o torrefacto compromete o sabor

Por quais motivos o café torrefacto ainda é consumido?

Apesar das críticas e da qualidade inferior em relação aos cafés especiais, o café torrefacto persiste no mercado devido a fatores históricos e culturais. No passado, o método foi adotado para baratear o produto e aumentar o seu volume, já que o açúcar agregava peso ao café torrado.

Além disso, existia o mito de que o açúcar ajudava a preservar os grãos. Com o tempo, tais hábitos consolidaram-se, levando parte dos consumidores a associarem erroneamente o torrefacto a uma bebida de melhor qualidade.

No Brasil, por exemplo, em algumas regiões o consumo do torrefacto permanece associado à tradição familiar, e o sabor intenso acabou influenciando o paladar de gerações. Para algumas pessoas, o café torrefacto ainda representa a lembrança do café feito em casa, reforçando o aspecto afetivo do consumo. Em outros países de língua portuguesa, como Portugal, e também em países de língua espanhola, como Espanha, a tradição do consumo do café torrefacto também está presente principalmente entre as gerações mais antigas.

O consumo do café torrefacto está realmente diminuindo?

Há uma tendência de consumidores buscarem maior qualidade e informações sobre a procedência dos produtos que consomem, o que tem impulsionado o crescimento do mercado de cafés especiais em detrimento do torrefacto.

No entanto, a manutenção do café torrefacto ainda depende do equilíbrio entre tradição, custo e conveniência, especialmente em regiões onde o preço é fator determinante para o consumo.

Em grandes centros urbanos, observa-se uma expansão considerável do acesso a cafeterias especializadas e de consumidores mais informados, o que acelera a diminuição do consumo do café torrefacto entre determinado público. Porém, em segmentos populares, o preço acessível e o hábito consolidado ainda mantêm a demanda por esse tipo de café. O cenário sugere que a educação do consumidor pode acelerar ainda mais a preferência por cafés de maior qualidade em um futuro próximo.

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