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Funarj apresenta espetáculo inédito ‘Líquida’, no Teatro João Caetano

Contemplada pelo Prêmio FUNARJ de Dança, primeira montagem da Cia Líquida apresenta sua ambiência baseada na figura do orixá Iemanjá também no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes, na Zona Norte d

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Líquida- foto Maurício Mocar 9
Funarj apresenta espetáculo inédito 'Líquida', no Teatro João Caetano (Foto: Maurício Mocar/ Divulgação)
Líquida- foto Maurício Mocar 9

Funarj apresenta espetáculo inédito ‘Líquida’, no Teatro João Caetano (Foto: Maurício Mocar/ Divulgação)

O humor das águas tem rosto de mulher. E é isso que mostra “Líquida”, o primeiro espetáculo da Cia Líquida, com estreia marcada para as 19h deste sábado (9),, no Teatro João Caetano, no Centro do Rio. A montagem de estreia da companhia, cuja ideia ganhou o primeiro lugar no edital Prêmio FUNARJ de Dança 2021, constrói uma ambiência baseada nas simbologias da figura da orixá Iemanjá, divindade/orixá feminino das religiões de matriz africana e afro-indígenas e do sincretismo brasileiro. A movimentação e coreografia são assinadas pela diretora e coreógrafa Mery Horta, que está em cena junta de outras quatro intérpretes-criadoras (Dandara Patroclo, Laís Castro, Taís Almeida e Yasmin Coelho), em sua maioria negras.

“Este é um espetáculo para pessoas de qualquer idade, religião ou crença, pois fala sobre diversidade para um público diverso. Sobre como cada um de nós sente e entende a figura de Iemanjá, onde as movimentações cênicas consideram os líquidos corporais como o oceano que existe dentro e fora de cada uma de nós. Realizamos estudos em diversas áreas para compor essa imersão que propomos, onde Iemanjá estará em elementos como a areia da praia e conchas do mar, além de outros não tão óbvios, como a saliva e o suor”, resume Mery, artista bacharel em Dança pela UFRJ e doutoranda em Artes Visuais na EBA/UFRJ.

O espetáculo foi concebido e criado a partir do conceito estético de humor das águas, que se baseia na observação dos fluidos corporais e dos líquidos dos mares, permitindo o uso de qualidades de movimentações fluidas, balanceadas, com diferentes níveis de modulação de energia. Os elementos em cena trazem diversas camadas ao todo que é o espetáculo, tornando-o algo imersivo, onde a plateia não precisa sair da cadeira para ter uma interação com a cena.

Para Mery, “Líquida é um grito de prazer e dor: prazer dos corpos femininos periféricos que dançam essa celebração, e dor que lembra o sofrimento dos corpos dos nossos antepassados, que trouxeram essa deusa-orixá através do tráfico negreiro no oceano atlântico. É a fluidez e a força do sincretismo religioso e uma saudação de respeito às religiões de matriz africana e afro-indígena”, pontua a diretora, cujo espetáculo realiza ainda uma apresentação dia 14 de abril às 20h no Teatro Armando Gonzaga.

Formada por uma equipe de profissionais com mais de 10 anos de experiência e atuação em dança, a Cia Líquida é um sonho antigo de Mery, que se realiza após um longo período de amadurecimento artístico-profissional. Neste ínterim, Mery desenvolveu a direção e coreografia em coletivos de dança com espetáculos premiados, trabalhou como intérprete-criadora em companhias de dança do Brasil e da França, além de apresentar diversas performances autorais.

“O caminho para chegar até aqui foi árduo para uma pessoa como eu, que sou uma mulher negra de origem periférica que vem de uma família humilde e que precisou trabalhar desde cedo para realizar os estudos e ter um sustento. É a materialização de um sonho construído com muito esforço e com a parceria de muitas pessoas envolvidas. Realizar a criação e estreia do espetáculo com o aval de um edital de fomento no ano em que se celebra Iemanjá é um grande presente para nós e para todo o público”, comemora Mery.

A Cia Líquida conta com a direção e coreografia de Mery Horta, que possui espetáculos e videodanças premiados; com a participação em cena das cinco intérpretes-criadoras Dandara Patroclo, Laís Castro, Mery Horta, Taís Almeida e Yasmin Coelho; com a trilha sonora de Rodrigo Maré; com o figurino de Raquel Gomes; cenografia de Ingra Oliveira; iluminação de Jhenifer Fagundes; poesia original de Ramon Castellano; aulas de dança contemporânea como parte da preparação corporal e supervisão de ensaios de Edney d’Conti.

O Teatro João Caetano fica na Praça Tiradentes, s/nº, Centro do Rio. Já o Teatro Armando Gonzaga fica localizado na Avenida Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, nº 511, Marechal Hermes, Zona Norte da cidade.

Classificação: livre

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