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Idoso é dado como morto em hospital, mas volta a vida após 1 hora
Paciente teve óbito atestado por dois médicos, mas surpreendeu equipe e família com retorno espontâneo da respiração; entenda fenômenoUm caso raro surpreendeu médicos, familiares e até funcionários de funerária em Itabuna (BA). O aposentado Damião José dos Santos, de 68 anos, teve o óbito atestado por dois médicos no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, mas voltou a apresentar sinais vitais cerca de uma hora depois.
Segundo a família, Damião estava internado há oito dias devido a uma pneumonia e sofreu uma parada cardiorrespiratória na noite de 13 de agosto. Após 15 minutos de reanimação sem sucesso, os profissionais concluíram pelo falecimento e informaram os parentes.
Retorno inesperado surpreendeu até a equipe médica

Enquanto a equipe de uma funerária se dirigia ao hospital, médicos notaram discretos movimentos respiratórios no paciente. Imediatamente, os procedimentos de estabilização foram retomados. Desde então, o idoso apresentou melhora, reduzindo a dependência de aparelhos de respiração de 100% para 20%, segundo familiares.
O caso é visto pela família como um milagre. A irmã, Maria Cristina dos Santos, declarou que o momento foi um presente de Deus e que todos aguardam que ele possa voltar para casa.
Fenômeno de Lázaro: o que é e por que intriga a medicina?
O episódio foi classificado como Fenômeno de Lázaro, situação rara em que há retorno espontâneo da circulação após a interrupção da reanimação cardiopulmonar. Apesar do nome, não significa ressurreição no sentido religioso, mas sim um evento fisiológico incomum.
O Sinal de Lázaro, diferente do fenômeno, consiste em movimentos reflexos dos braços em pacientes com morte cerebral, sem indicar recuperação da consciência. Profissionais reforçam que, para evitar casos de diagnóstico precipitado, é importante monitorar sinais vitais por alguns minutos após encerrar a RCP.
Confira a nota do hospital na íntegra:
“Em decorrência de fato ocorrido na noite do dia 13 de agosto, na Unidade de Terapia Intensiva 3, a direção executiva do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães vem a público esclarecer: o paciente Damião José dos Santos encontrava-se em grave estado clínico, tendo apresentado piora e subsequente Parada Cardiorrespiratória (PCR).
Foram iniciadas prontamente medidas de reanimação, com a participação de toda a equipe de plantão (enfermagem e fisioterapia). Porém, o paciente manteve ausência de atividade elétrica cardíaca, de pulso e de reflexos, sinais compatíveis com diagnóstico de óbito. Mesmo assim, todas as assistências foram mantidas por 15 minutos, sem quaisquer sinais vitais.
Após o período de observação mencionado, foi constatado o óbito do paciente, corroborado por um segundo médico, assim como por toda a equipe que lhe prestava assistência, quando familiares foram prontamente informados.
Cerca de uma hora após o evento acima relatado, percebeu-se discretos movimentos respiratórios, sendo imediatamente reiniciada todas as assistências e procedimentos para a estabilização do referido paciente.
Com esperança, o Hospital de Base informa que contrariando as expectativas diante da gravidade da situação, o paciente evolui com critérios objetivos de melhora clínica.
Apesar de raro, o fenômeno testemunhado neste caso é bem relatado na literatura médica, com casos de constatação de óbito que apresentaram posterior retorno espontâneo da circulação.
Apesar da situação atípica, após minuciosa avaliação das condutas tomadas, não foi constatada qualquer falha técnica ou ética por parte da equipe de plantão.
A família do paciente reforça a manifestação de confiança e agradecimento por todos os cuidados que o ente querido vem recebendo, além de todo o acolhimento humano e suporte da equipe do Hospital de Base.
A instituição reitera o seu compromisso com a transparência e zelo por todos os pacientes que adentrem à unidade hospitalar em busca de atendimento, se colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos”.