Entretenimento
Luto no rádio carioca: morre voz marcante do jornalismo aos 71 anos
Jornalista querido por gerações não resistiu a complicações médicas e deixa saudade entre colegas e ouvintes
O jornalismo brasileiro perdeu nesta segunda-feira (8) uma de suas vozes mais marcantes. Morreu, aos 71 anos, o radialista e jornalista Gelcio Cunha, conhecido pelo público como o eterno “Amarelinho da Globo”. Foram quase cinco décadas dedicadas à comunicação, sendo 40 anos de carreira na Rádio Globo, onde conquistou ouvintes com seu carisma e presença inconfundível.
Segundo familiares, Gelcio estava internado no Hospital Rio Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, tratando a síndrome de Wallenberg, distúrbio neurológico causado por um AVC isquêmico que havia comprometido sua fala. Ele morreu em decorrência de complicações após cirurgia.

Como começou a trajetória de Gelcio Cunha?
Natural de Além Paraíba (MG), Gelcio se formou em Jornalismo pelo Centro Universitário Profissional (CUP). Iniciou sua carreira na Rádio Capital até chegar à Rádio Globo, em 1980. Lá, se tornou repórter fixo do Show do Antônio Carlos, conquistando a audiência diária e recebendo o apelido de “Amarelinho da Globo”.
Ao longo da trajetória, também passou por emissoras como Rádio Tupi e Rádio Nacional, além de atuar como assessor de imprensa no TRE-RJ e em campanhas políticas.
Quais foram seus principais projetos?
Sempre versátil, Gelcio expandiu seu trabalho para diferentes frentes da comunicação. Criou em 2008 um blog pessoal, onde escrevia sobre a vida, a profissão e reflexões cotidianas. Anos depois, fundou o canal independente Conexão com o Mundo, dedicado a entrevistas.
Em 2019, retornou ao rádio na SulAmérica Paradiso FM, integrando o programa Rio na Palma da Mão, com Ernani Alves.
Entre seus interesses pessoais, destacavam-se o cinema — com títulos como E o Vento Levou e Ray entre seus favoritos — e a música brasileira, especialmente Aquarela do Brasil e Cidade Maravilhosa.
Como amigos e colegas lembraram Gelcio Cunha?
Gelcio deixa dois filhos, Jaqueline e Diego, de quem sempre se orgulhou. Nas redes sociais, costumava refletir sobre a vida e a passagem do tempo: “Deus é quem sabe quando chegamos nessa vida e quando partimos dela”, escreveu em 2023.
Após a notícia da morte, colegas de profissão lamentaram a perda. A repórter da TV Globo, Bette Lucchese, relembrou sua importância: “Janeiro de 1991. A data em que comecei a trabalhar na Rádio Globo. A data em que conheci esse cara aí da foto: GELCIO CUNHA. Escrevo o nome dele em letras maiúsculas porque GELCIO foi um dos jornalistas que mais acreditou no meu potencial. Ficará para sempre na minha história profissional e na história do rádio brasileiro”.