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‘Mostra Comboio – 10 anos’ estreia no Parque das Ruínas, gratuita no Rio

Celebração pelos 10 anos do Comboio Coletivo Artístico reúne programação com apresentações do espetáculo autoral “Aquário” além de exposição, performances, oficina e roda de conversa

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'Mostra Comboio - 10 anos' estreia no Parque das Ruínas, no Rio (Foto: Divulgação)
'Mostra Comboio - 10 anos' estreia no Parque das Ruínas, no Rio (Foto: Divulgação)

O Parque das Ruínas, aparelho cultural do Município do Rio de Janeiro, recebe a partir deste sábado (2), gratuitamente as atrações da “Mostra Comboio – 10 anos de pesquisa artística”, que reúne trabalhos de diferentes linguagens do Comboio Coletivo Artístico. Desde sua origem, quando os integrantes se formaram na Escola de Teatro Martins Pena, a companhia investiga o corpo do ator como cerne da criação teatral, a partir de um processo colaborativo que tem como premissa a horizontalidade nas relações entre os artistas.

A programação do evento multiartístico conta com a exposição “Deságua”, a oficina “Corpo-Autor”, uma roda de conversa com os artistas e a curadora da exposição e o espetáculo autoral “Aquário”.

A peça, cuja última montagem aconteceu em 2015, é fruto de uma pesquisa continuada, iniciada em 2011, com ênfase na criação de uma dramaturgia textual-corporal. Revisitada e atualizada pelo coletivo durante a pandemia, a narrativa mostra uma inundação provocada por um homem negro e gay imerso em memórias. Na imagem de um peixe de estimação, o personagem enxerga a necessidade de se libertar do aquário em que vive.

“Assim que nos formamos, decidimos construir juntos uma dramaturgia que estava muito atrelada ao corpo e às ações físicas, sem, entretanto, abrir mão da palavra e da estrutura narrativa clássica. Aos poucos, foi se desenhando a história de uma família que se prepara para a festa de aniversário de Seu Filho, em cenas que se espaçam ao longo dos anos. Desde então, fomos compreendendo as escolhas que fizemos e jogando luz sobre as fronteiras borradas entre nós e nossos personagens, numa espécie de auto-arqueologia em que descobrimos a nós mesmos em nossa dimensão pessoal, poética e política”, sintetiza Julia Shimura, diretora do espetáculo ao lado de Leonardo Samarino.

Destacando o corpo como criador de dramaturgia, a partir de um trabalho que exige um rigor técnico de cada ator, o Comboio constrói uma linguagem híbrida por meio de experimentos em teatro, dança, artes visuais e música. “É um processo de contínua descoberta. Somos artistas que têm sua trajetória também para além do coletivo, em esferas distintas e complementares. Somos diversos, isso nos enriquece e alimenta o grupo. Desde que nos juntamos, a busca é por uma linguagem que expresse artisticamente como o mundo reverbera em nós”, relembra Nívea Santana, atriz e preparadora corporal.

Assim, “Aquário” recebeu interferência de várias esferas. “Estudamos Laban, Robert McKee, Pina Bausch, Samuel Beckett, Luis Antônio Simas e Jodorovski. É numa encruzilhada entre teatro, dança e performance/rito que nos encontramos. Mais do que uma dramaturgia, descobrimos, nesse longo processo de pesquisa, as nossas poéticas, investigações e metodologias, fazendo com que o espetáculo seja, além do ponto de partida do coletivo, o lugar para o qual ele sempre retorna para construir novos projetos”, reitera Julia, também atriz do espetáculo.

Nesta grande celebração, o público pode esperar uma programação crítica e criativa. “É uma alegria muito grande podermos compartilhar tudo o que desenvolvemos ao longo desses anos. O nosso maior desejo com esse evento é a troca. É contagiar e sermos contagiados com a presença de cada pessoa, que traz consigo suas histórias, memórias, desejos…”, finaliza Anderson Barreto, ator e dramaturgo da peça.

Confira o teaser do espetáculo:

O Parque das Ruínas fica na Rua Murtinho Nobre, nº 169, Santa Teresa, Região Central do Rio.

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