Conecte-se conosco

Entretenimento

Musical ‘A Cor Purpura’ retorna ao Rio em curta temporada no Teatro Riachuelo

Peça está de volta aos palcos do Teatro Riachuello, no Centro da cidade, nesta sexta (20), após uma sucedida temporada em São Paulo e Salvador

Publicado

em

peça a cor purpura
Musical 'A Cor Purpura' retorna ao Rio em curta temporada no Teatro Riachuello (Foto: Divulgação)
peça a cor purpura

Musical ‘A Cor Purpura’ retorna ao Rio em curta temporada no Teatro Riachuelo (Foto: Divulgação)

O musical “A Cor Purpura” está de volta aos palcos do Teatro Riachuelo, no Centro do Rio, nesta sexta (20), após uma sucedida temporada em São Paulo e Salvador. Serão 17 atores em cena, com 90 figurinos em um palco giratório de 6m de diâmetro e uma escada curva com sistema de traveling em volta do cenário.

Alice Walker foi a primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer pelo seu livro “A Cor Púrpura”, que continua contemporâneo ao retratar relações humanas, de amor, poder e ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero. O livro foi lançado em 1982. Com direção de Steven Spielberg, a obra foi adaptada para o cinema em 1985, recebendo 11 indicações ao Oscar. A transposição para musical aconteceu em 2005, na Broadway. Em 2016, houve uma nova montagem, rendendo à produção 2 Tony e o Grammy de melhor álbum de teatro musical.

Escrito há mais de 35 anos e vencedor dos Prêmios Pulitzer, Grammy e Tony, A Cor Púrpura é um musical baseado em uma história passada na primeira metade do século XX, na zona rural do Sul dos Estados Unidos, com personagens típicos dessa região. Com um elenco em sua maioria escolhido por meio de testes, o musical permanece, nesta retomada teatral, praticamente com os mesmos atores.

O espetáculo apresenta a trajetória e luta de Celie (Letícia Soares) contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra, na Geórgia, no decorrer da primeira metade do século XX. Na adolescência, a personagem tem dois filhos de seu suposto pai (Jorge Maya), que a oferece a um fazendeiro local para criar seus herdeiros (entre eles, Harpho – Alan Rocha), lavar, passar e trabalhar sem remuneração. Ela é tirada à força do convívio de sua irmã caçula Nettie (Ester Freitas) e passa a morar com o marido Mister (Wladimir Pinheiro). CeEnquanto lie resigna-se ao sofrimento, Sofia (Erika Affonso) e Shug (Flávia Santana) entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças e novas perspectivas, esperança e até prazer.

A saga de Celie é permeada por questões sociais de extrema relevância até os dias atuais como a desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher.

Completam o elenco: Analu Pimenta (Squeak); Suzana Santana (Jarene); Hannah Lima (Doris); Cláudia Noemi (Darlene); Caio Giovani (Grady Ensemble); Leandro Vieira (Chefe da Tribo Olinka Ensemble); Gabriel Vicente (Bobby Ensemble); Thór Junior (Pastor Ensemble); Renato Caetano (Soldado Ensemble); Nadjane Pierre (Solista da Igreja Ensemble).

A direção musical é de Tony Lucchesi. São 32 números musicais, contando com as vinhetas. “Tem uma parte do espetáculo que acontece na África. Para este momento, abri as vozes, trabalhei com polifonia, com outros sons, uma música por trás da cena”, revela Tony.

No espetáculo, os atores precisam ter grande extensão vocal, dando conta de vários ritmos como jazz, blues, música africana e gospel. Logo na abertura da peça, há um número que lança mão de diversas sonoridades, representando o coro de uma igreja entrecruzado ao sermão do pastor.

A orquestra é composta por 8 músicos que tocam piano-condutor, teclado, saxofone alto, clarinete, flauta, saxofone barítono, clarinete, clarinete baixo, saxofone tenor, trompete, fliscorne, violões, baixos, bateria e percussão.

Tanto no livro como no musical, as mudanças de vida da protagonista estão relacionadas ao ambiente no qual ela vive. Cenas no bar de Harpho e Sophia e nas casas do pai, marido e Shug provocam alterações no percurso de Celie.

A cenógrafa Natália Lana criou uma casa giratória como elemento central, representando as diferentes facetas da trajetória da vida da personagem. Contornando a casa, uma espécie de escadaria construída ao longo do tempo e de forma não ortogonal, representando a diversidade de ambientes externos e de aprisionamento em certos pontos da história. A estrutura da casa foi baseada nas construções do sul dos Estados Unidos e teve como inspiração as shack, representando o tradicional porch, varanda onde se reúnem famílias americanas. “Para a criação do cenário, foi fundamental a leitura do livro, mergulhando fundo no estudo do texto, pensando em como poderíamos representar esta história que se passa em outro país, mas que ao mesmo tempo representa tanto da nossa história e da força destas mulheres negras que construíram o Brasil”, descreve a cenógrafa Natália Lana.

São 90 figurinos, confeccionados com 350m de tecidos, passando por processos de tingimento artesanal e impressão em serigrafia. O figurino retrata o tempo da costura feita em casa. “Na América, as colchas de retalhos produzidas desde a colonização, são influenciadas pela estética da África, onde o trabalho de costura de retalhos é prática centenária. Desta forma, o conjunto de figurinos do espetáculo formará um “quilt”, em tons envelhecidos, retratando a Geórgia da primeira metade do século passado. Na concepção do figurino é no trabalho de costura manual que Celie encontra refúgio na dura realidade de seu dia a dia. Neste panorama, a cantora de jazz Shug Avery é o manifesto de amor e liberdade de Celie e pontua sua trajetória com trajes de tons de cor púrpura saturados”, minucia o figurinista Ney Madeira. A iluminação do espetáculo é do Rogério Wiltgen.

O trabalho da coreógrafa Sueli Guerra dialoga com a direção de movimento dos atores, priorizando a dramaturgia do espetáculo. “Os números de canto e dança ultrapassam o conceito da coreografia e organização de passos. O físico, a situação dramatúrgica em que o personagem se encontra e a movimentação corporal, estão totalmente a serviço de contar uma história, estimulando um mergulho mais profundo na obra”, finaliza Sueli.

Para a coordenadora de produção, Norma Thiré, assistir presencialmente ao musical é bastante seguro, já que todos os cuidados de prevenção à Covid-19 estão sendo tomados: todo mundo tem que usar máscara no backstage, os atores são testados semanalmente contra a Covid – 19. Nossa equipe está inteiramente vacinada, inclusive com a terceira dose.

No teatro, testam a temperatura de todos na entrada. Tem álcool gel espalhado por todo o teatro, máscaras para o público, vídeo antes da peça falando sobre os protocolos. Para nossa equipe também tem álcool gel em todos os camarins.

O espetáculo recebeu 87 indicações e uma série de prêmios, entre eles: APTR, Cesgranrio, Shell e Bibi Ferreira. “Durante a pandemia tivemos a perda do nosso amigo e grande parceiro, Artur Xexéo. Então, a dor aumentou ainda mais. E, agora, na volta aos espetáculos, a saudade é muito grande. Dedicaremos essa temporada ao Xexéo, nosso querido irmão.” – ressalta o diretor, Tadeu Aguiar que em 42 anos de carreira no teatro não ficou um só ano sem fazer um espetáculo.

“Voltar à cena com A Cor Púrpura – O Musical no Rio de Janeiro é uma emoção enorme, porque o projeto nasceu aqui, ao lado do Xexéo que sempre foi nosso super parceiro e com ele fizemos uma temporada de muito sucesso. Acho que vai ser maravilhoso estar no Teatro Riachuelo com a versão brasileira da música eternizada por Xexéo”, destaca o produtor geral, Eduardo Bakr.

O Teatro Riachuelo fica na Rua do Passeio, nº 38/40, Centro do Rio. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site www.sympla.com.br

Continue lendo