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O carinho escondido nas tralhas que juramos que ainda servem

A utilidade raramente é o motivo real

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O carinho escondido nas tralhas que juramos que ainda servem
O acúmulo acontece mesmo quando os itens raramente voltam a ser utilizados

Quase toda casa tem aquela gaveta, caixa ou cantinho escondido cheio de objetos guardados com a mesma justificativa: “isso ainda dá pra alguma coisa”. Embalagens bonitas, fios antigos, potes sem tampa, botões, sacolas, carregadores… tudo armazenado com a esperança de que um dia aquilo será útil. Na prática, esse dia quase nunca chega, mas o hábito insiste em continuar fazendo parte da nossa rotina.

Por que guardamos coisas acreditando que vão ser úteis?

O gesto de guardar não é apenas costume. Ele traz uma sensação de precaução, quase como um mecanismo interno de proteção. A pessoa mantém ali o objeto porque imagina que poderá precisar dele em alguma situação futura, mesmo que improvável.

Essa sensação cria uma ilusão de preparo, como se estivéssemos sempre um passo à frente dos imprevistos do dia a dia.

  • A ideia de que pode ser útil para consertos
  • O pensamento de estar preparado para emergências
  • A impressão de evitar gastos futuros
O carinho escondido nas tralhas que juramos que ainda servem
Todos temos aquele cantinho em que guardamos coisas que podem ter utilidade algum dia – Créditos: depositphotos.com / tomeqs

Como o apego emocional influencia o hábito de guardar?

Muitos objetos não permanecem guardados pela utilidade, e sim pelo sentimento. São lembranças de alguém, fases da vida ou pequenos marcadores de histórias que ainda trazem emoção ao serem vistos. Mesmo sem função prática, parece difícil se desfazer de algo que carrega significado.

Esses itens ocupam espaço físico e emocional, e acabam formando uma coleção invisível de memórias dentro da casa.

Como a casa se transforma em um depósito de possibilidades?

O problema começa pequeno: um objeto guardado aqui, outro ali. De repente, já existe uma caixa, depois duas, depois um canto inteiro preenchido por coisas que “talvez sirvam um dia”. E quando chega a hora de organizar, a confusão aparece com força.

O acúmulo cresce de forma silenciosa, ao ponto de nem lembrarmos mais o que guardamos, onde guardamos ou se aquilo realmente faz falta.

A psicóloga Ana Paula Guimarães explica, em seu Tiktok, que o ato de guardar objetos pode não ser causado apenas pelo objeto em si:

@psicoanapaulaguimaraes

✨ Guardar coisas pode parecer apenas bagunça, mas muitas vezes é o reflexo de emoções profundas. A acumulação compulsiva está ligada à ansiedade, medos e até traumas — e por trás dos objetos guardados, existe alguém tentando lidar com sentimentos difíceis. 💙 Falar sobre isso é essencial para trazer consciência e acolhimento, sem julgamentos. Afinal, todo excesso carrega uma história. 👉 Você já tinha parado para pensar nisso? Com afeto , Ana Paula Guimarães Psicóloga Clínica #saúdemental #autocuidado #acolhimento #psicologianapratica #consciênciaemocional #vidaemequilíbrio

♬ som original – Psico Ana Paula Guimarães

Por que quase nunca usamos o que guardamos?

A intenção de reaproveitar é boa, mas o uso real é raríssimo. Quando surge a necessidade, muitas vezes a pessoa nem lembra que aquele item existe. Quando lembra, não encontra. E quando encontra, já não serve ou foi substituído por algo novo.

Assim, a maioria dos objetos guardados permanece ali por anos, sem cumprir a função que justificou sua permanência.

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