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O que faz o chão “respirar” em certas regiões após a chuva

O efeito surge logo após a água parar de cair, não durante a chuva

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O que faz o chão “respirar” em certas regiões após a chuva
Movimento do solo após a chuva está relacionado à liberação de ar preso entre partículas do solo

Em algumas regiões, principalmente em áreas rurais ou de solo pouco compactado, é possível observar o chão se movendo de forma sutil depois de uma chuva, como se estivesse “respirando”. Esse fenômeno chama a atenção porque foge do que é esperado de uma superfície aparentemente sólida. Apesar da aparência curiosa, trata-se de um processo físico e biológico estudado por geólogos, biólogos e engenheiros ambientais, que o relacionam à dinâmica entre água, ar e organismos vivos no subsolo.

O que é o fenômeno do “chão que respira” após a chuva

O chamado “chão que respira” costuma aparecer em gramados, terrenos argilosos, margens de rios, áreas alagadas e até em florestas. A sensação de que o solo sobe e desce, às vezes com pequenos estalos ou bolhas de água e ar, está ligada à interação entre água da chuva, ar preso no subsolo, tipo de solo e vida subterrânea.

Em muitos casos, o movimento é discreto, mas, em outros, forma verdadeiros tapetes de terra ondulando sob os pés. Em áreas pantanosas ou muito encharcadas, esse efeito pode durar mais tempo, pois o solo se mantém saturado de água e o ar leva mais tempo para escapar totalmente. Em alguns pontos, esse comportamento é tão evidente que se torna um indicador visual de solos muito saturados e de alta porosidade.

O que faz o chão “respirar” em certas regiões após a chuva
Depois da chuva, o chão solta um ar

Quais processos fazem o chão parecer que está respirando

A principal explicação para o chão “respirar” está na movimentação de água e ar entre os poros do solo logo após chuvas intensas. Quando chove muito em pouco tempo, a água ocupa rapidamente os espaços vazios entre os grãos de terra e o ar que estava ali precisa sair, provocando pequenos deslocamentos da camada superficial.

Em solos argilosos, que retêm mais água, esse efeito tende a ser mais visível, pois a argila se dilata ao absorver água e depois se retrai à medida que seca. Esse “incha e murcha” é gradual e prolonga a sensação de movimento, especialmente em solos com muita matéria orgânica, que funcionam como uma espécie de colchão natural. Em algumas situações, essa variação volumétrica está associada a processos de expansão e contração tão marcantes que são classificados como “solos expansivos” na engenharia geotécnica.

Como o tipo de solo e os organismos vivos influenciam o fenômeno

O comportamento do chamado chão respirando depende muito da composição e da estrutura do solo. Terrenos ricos em matéria orgânica e com intensa atividade biológica funcionam como uma esponja de vários andares, com túneis e canais criados por minhocas, insetos, micro-organismos e raízes, que aumentam a porosidade.

Quando a chuva chega, esses canais se enchem de água e empurram o ar, formando bolsões sob a superfície. Em gramados densos ou áreas com raízes entrelaçadas, a camada vegetal atua como um “tapete” contínuo que pode ser levemente levantado pela água infiltrada, gerando a sensação de piso fofo e móvel.

  • Solos argilosos dilatam e retraem com variações de umidade, amplificando o movimento.
  • Solos arenosos drenam rápido e costumam mostrar menos ondulações após a chuva.
  • Solos orgânicos funcionam como tapetes esponjosos, com maior flexibilidade e porosidade.
  • A atividade da fauna do solo forma túneis que facilitam a circulação de ar e água.

O fenômeno natural que faz o solo liberar bolhas e parecer “vivo” após a chuva é explicado neste vídeo do canal Professor Ferretto | ENEM, com 364 mil de inscritos e 3,700 mil visualizações. Ao assistir, você descobre como o solo reage à água da chuva e o que isso indica sobre sua saúde e permeabilidade:

@professorferretto Uma floresta inteira respirando 👃🌳 O Professor Samuel te explica a história por trás desse vídeo viral: estabilidade do solo e a pressão das raízes #biologia #react #enem #vestibular #curiosidade ♬ Blade Runner 2049 – Synthwave Goose

Por que o chão respira em algumas regiões e não em outras

Nem todo terreno apresenta esse comportamento, mesmo após chuvas intensas, porque o fenômeno varia conforme clima, tipo de solo, relevo e uso da terra. Regiões com chuvas concentradas, solos pouco compactados e presença de vegetação costumam registrar o efeito com mais frequência.

Outro fator importante é a profundidade do lençol freático, pois locais onde a água subterrânea está próxima da superfície tendem a acumular pressão interna. Essa pressão pode empurrar blocos mais leves de solo para cima, criando zonas que parecem inflar como almofadas, sobretudo em terrenos planos ou levemente inclinados, onde a água superficial escoa com dificuldade. Em áreas com manejo inadequado do solo, como compactação excessiva por máquinas ou retirada da cobertura vegetal, essa dinâmica pode se intensificar ou mudar, aumentando o risco de processos erosivos.

O chão que respira representa algum risco para pessoas e construções

Na maior parte dos casos, o chão “respirando” depois da chuva é apenas um indicativo de solo úmido, poroso e biologicamente ativo, sem oferecer perigo imediato. Em jardins, parques e terrenos naturais, o fenômeno costuma ser passageiro e se reduz conforme a água infiltra mais fundo ou evapora, voltando à aparência estável.

No entanto, em encostas, margens de rios, barrancos ou estruturas como estradas rurais, aterros e taludes, movimentos exagerados do solo podem sinalizar instabilidade. Nessas situações, bolsões de água e solo fofo podem favorecer erosão, recalques ou deslizamentos, exigindo avaliação de geólogos ou engenheiros geotécnicos para definir medidas de segurança e drenagem adequadas. Para obras e construções em áreas suscetíveis, costuma-se realizar estudos de geotecnia e drenagem profunda, justamente para controlar esses movimentos e garantir a estabilidade do terreno ao longo do tempo.

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