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O que leva ao afastamento emocional mesmo quando há interesse no outro
Quando o medo de se machucar domina, até o amor assusta
O afastamento emocional pode ser uma experiência confusa e dolorosa em relacionamentos, geralmente acarretada por fatores psicológicos internos. Muitas vezes, esse distanciamento não indica falta de interesse, mas reflete medos emocionais profundos e padrões adquiridos ao longo da vida.
Como o medo da intimidade interfere nos relacionamentos?
O medo de intimidade é uma das principais razões para o afastamento emocional, fazendo com que a aproximação pareça uma ameaça em vez de algo positivo. Quando surge o medo, a pessoa pode interpretar a construção do vínculo como risco, desencadeando mecanismos protetivos.
Entre os sentimentos e reações mais frequentes, destacam-se:
- Perda de controle
- Medo de sofrer
- Sensação de vulnerabilidade
- Insegurança emocional

Traumas afetivos podem influenciar o afastamento emocional?
Experiências traumáticas do passado têm impacto significativo no comportamento presente, sobretudo quando envolvem abandono, rejeição ou traição. Muitas vezes, essas situações levam a uma associação automática entre amor e sofrimento.
Por isso, novas possibilidades de conexão podem ativar um mecanismo de fuga, não por falta de interesse, mas pelo receio de reviver antigas feridas emocionais.
O estilo de apego realmente afeta os relacionamentos?
A teoria do apego explica que pessoas com padrão evitativo tendem a se afastar quando o relacionamento se torna mais profundo. Elas frequentemente valorizam a independência extrema, dificultando a demonstração afetiva ou a aproximação genuína.
Esse comportamento pode impedir a formação de vínculos significativos e manter as relações em níveis superficiais, comprometendo a satisfação emocional.
A psicanalista Mirelle Fernandes fala um pouco sobre essa condição em seu Tiktok:
@mirelledarcfernandes O apego evitativo é um padrão de relacionamento caracterizado por um distanciamento emocional e uma dificuldade em estabelecer conexões íntimas e profundas. Ele se forma, geralmente, a partir de experiências afetivas na infância em que o cuidador foi emocionalmente distante, rejeitador ou incapaz de atender às necessidades emocionais da criança. Como resultado, a pessoa aprende a ser autossuficiente e a não depender do outro para apoio ou afeto. Pela perspectiva psicanalítica, o apego evitativo pode estar relacionado a mecanismos de defesa, como o recalcamento ou negação, usados para evitar a dor emocional ligada à rejeição ou à ausência de afeto vivida no passado. Na clínica, é comum trabalhar essas defesas, ajudando o paciente a reconhecer suas necessidades emocionais e a construir vínculos mais saudáveis e seguros.
♬ som original – Mirelle Fernandes Ce
É possível mudar padrões de afastamento emocional?
Mudar o ciclo de autossabotagem emocional exige autoconhecimento, enfrentamento dos próprios traumas e desenvolvimento da inteligência emocional. O apoio psicológico pode ser fundamental nesse processo, ajudando a reconstruir a ideia de vínculo saudável.
Para que um relacionamento prospere e traga realização, é essencial cultivar características como presença, clareza e segurança emocional, tornando a relação mais equilibrada para ambos.