Por que algumas tempestades vêm acompanhadas de granizo e deixam o céu com aquele clima tenso de mudança

Em alguns dias de chuva intensa, o céu escurece de repente e começa uma queda de pequenas pedras de gelo, conhecidas como granizo. Apesar de ocorrer até em regiões quentes e em pleno verão, esse fenômeno está ligado à estrutura interna das nuvens de tempestade e à dinâmica do ar dentro delas, envolvendo movimentos verticais intensos, variação de temperatura com a altitude e grande quantidade de umidade disponível.

Como o granizo se forma dentro de uma nuvem de tempestade

A palavra-chave central nesse tema é granizo, diretamente relacionada às chamadas nuvens de tempestade do tipo cumulonimbus. Essas nuvens são bastante altas, alcançando altitudes onde a temperatura é muito baixa, suficiente para congelar a água em seu interior.

No interior desse tipo de nuvem, o ar quente sobe rapidamente, enquanto o ar mais frio desce, formando um sistema de circulação vertical. Quando gotas de água são levadas para as partes mais frias da nuvem, elas podem congelar ao redor de partículas em suspensão, originando núcleos de gelo que vão crescendo em camadas até se tornarem pedras de granizo.

Por que algumas tempestades têm granizo e outras não

Nem toda tempestade produz granizo, mesmo quando há chuva forte e trovoadas, porque a formação desse gelo sólido exige condições muito específicas. São necessárias nuvens muito altas, temperaturas negativas nas camadas superiores e correntes ascendentes intensas que mantenham o gelo suspenso por tempo suficiente para crescer.

De forma geral, tempestades com granizo estão associadas a grande instabilidade atmosférica, em que o ar quente e úmido sobe com muita velocidade. Quanto mais forte a corrente ascendente, maior a capacidade de a nuvem segurar os pedaços de gelo, permitindo que o granizo aumente de tamanho antes de cair em direção ao solo.

• Nuvem adequada: presença de nuvens do tipo cumulonimbus bem desenvolvidas.
• Ar muito frio em altitude: temperaturas abaixo de 0°C nas partes superiores da nuvem.
• Correntes de ar fortes: movimentos verticais intensos sustentando o gelo em suspensão.
• Umidade elevada: grande quantidade de gotas de água disponíveis para se acumularem no gelo.

Granizo é sempre sinal de tempo frio

Uma curiosidade da natureza é que o granizo costuma aparecer em dias quentes, especialmente na primavera e no verão. O aquecimento intenso da superfície favorece a formação de grandes nuvens de tempestade, e o contraste entre o ar quente próximo ao solo e o ar frio em altitude gera forte instabilidade.

Mesmo que a temperatura ao nível do solo esteja alta, nas camadas superiores da atmosfera o ar pode estar bem abaixo de 0°C. Assim, enquanto a superfície registra calor, dentro da nuvem ocorre intensa formação de gelo, resultando na queda de granizo quando o peso das pedras supera a força das correntes ascendentes.

1. O solo aquece e o ar quente sobe com velocidade.
2. Formam-se nuvens de tempestade muito altas.
3. Nas partes frias da nuvem, a água congela em torno de partículas.
4. As correntes de ar mantêm o gelo em circulação, aumentando o tamanho das pedras.
5. Quando ficam pesadas demais, as pedras de gelo caem como granizo.

Quem gosta de curiosidades do clima vai curtir esse vídeo do Grupo Ecoarte explicando a relação entre tempestades e granizo:

Quais são os efeitos do granizo no dia a dia

A ocorrência de granizo tem impactos variados no cotidiano e pode causar prejuízos significativos. Em áreas urbanas, as pedras de gelo danificam telhados, veículos, estruturas mais frágeis e podem obstruir bueiros, enquanto em zonas rurais afetam plantações, rompendo tecidos de folhas, flores e frutos.

Além dos danos materiais, o granizo interfere na rotina das pessoas, alterando deslocamentos, interrompendo eventos ao ar livre e exigindo cuidados de proteção física em episódios com pedras maiores. O fenômeno também é estudado por meteorologistas como indicador de tempestades severas, auxiliando na emissão de alertas e na compreensão da dinâmica atmosférica em diferentes regiões.