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Por que o mar recua antes de algumas tempestades e cria uma cena tão estranha
A mudança acontece em silêncio, mas altera completamente a paisagem
Em muitas regiões costeiras, moradores observam que o mar pode recuar de forma anormal pouco antes de eventos extremos, como tempestades severas ou até tsunamis. Esse fenômeno modifica rapidamente a paisagem da praia, deixando faixas de areia expostas e embarcações em áreas normalmente cobertas por água, estando ligado a variações de pressão atmosférica, ventos intensos e, em alguns casos, a abalos sísmicos distantes.
O que é o fenômeno que faz o mar recuar antes de tempestades
O principal fenômeno natural que faz o mar recuar antes de tempestades é a combinação entre maré meteorológica e variações de pressão atmosférica. Em sistemas de baixa pressão organizados, como ciclones e tempestades tropicais, a distribuição da pressão e a direção do vento podem empurrar grandes volumes de água para longe de determinadas áreas da costa.
No caso da chamada maré meteorológica negativa, o nível do mar cai além do esperado para aquela maré astronômica. O resultado é um afastamento da linha d’água, que pode ser gradual ou relativamente rápido, dependendo da intensidade dos ventos, do formato da costa e da profundidade da região costeira.

Como a pressão atmosférica e o vento influenciam o recuo do mar
A palavra-chave para compreender esse processo é recuo do mar. A água do oceano tende a se acumular onde a pressão é menor e a se afastar de onde a pressão é maior, de modo que regiões sob um campo de pressão relativamente mais alta podem experimentar queda temporária do nível do mar.
Além disso, o vento exerce papel decisivo: quando sopra persistentemente da terra para o mar (vento offshore), ele empurra a água para longe da costa. Em frentes frias intensas e ciclones extratropicais, esse mecanismo é mais evidente em áreas rasas, podendo expor bancos de areia, pedras e estruturas submersas.
Qual é a diferença entre o recuo do mar e os tsunamis
Embora muitas pessoas associem o recuo do mar somente a tempestades, esse comportamento também é um dos sinais clássicos de tsunamis gerados por terremotos submarinos ou deslizamentos de grande escala. Nesses casos, grandes ondas de longo período deslocam enormes volumes de água, e a primeira fase que atinge a costa pode ser uma “vala” de água que faz o mar se afastar rapidamente.
Enquanto o recuo ligado a ventos e pressão costuma ser mais lento e acompanhado de mudanças visíveis no tempo, o recuo do mar por tsunami é, em geral, súbito e intenso. Em minutos, áreas amplas de praia podem ficar secas, o que representa risco extremo devido ao retorno violento da água logo em seguida.
O Domingo Espetacular mostra nesse vídeo o que está por trás do mar recuar:
Quais fatores locais favorecem o recuo do mar
Nem toda costa reage da mesma forma às tempestades, pois o formato da linha litorânea e a profundidade do fundo marinho podem amplificar ou atenuar o recuo do mar. Em praias de declive suave, qualquer redução de nível se traduz em grande faixa de areia exposta, ao passo que em costões profundos a variação é menos perceptível.
Além da geomorfologia, correntes marinhas regionais e padrões de maré interferem no fenômeno, reforçando ou suavizando seu efeito. Em 2025, monitoramentos com satélites, boias oceânicas e estações costeiras permitem acompanhar essas mudanças com maior precisão, apoiando serviços de previsão e alerta costeiro.
Como interpretar o mar recuando em diferentes situações
Para comunidades litorâneas, entender o recuo do mar significa interpretar sinais ambientais e reconhecer potenciais riscos. Em cenários ligados a tempestades, o fenômeno costuma vir acompanhado de nuvens carregadas, mudança brusca na direção do vento e alteração na temperatura do ar.
Em áreas expostas a tsunamis, protocolos recomendam que qualquer retirada repentina do mar, sem explicação por maré ou previsão de tempo, seja tratada como alerta natural. Nessas localidades, é importante conhecer alguns tipos comuns de recuo do mar para agir com rapidez e segurança.
- Recuo por tempestade: geralmente mais gradual, ligado a ventos persistentes e campos de pressão específicos.
- Recuo por tsunami: rápido, abrupto e frequentemente seguido por forte avanço da água em poucos minutos.
- Recuo por maré astronômica: previsível, ocorre em horários regulares de baixa-mar indicados em tábuas de maré.