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Premiado no Festival de Gramado, Nando Cunha está de volta à cena

Ganhador do Kikito de Ouro na categoria de Melhor Ator pelo filme “O Novelo”, artista está na novela “Gênesis” como Pentephres e ainda poderá ser visto mais dois longas

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Nando Cunha
Premiado no Festival de Gramado, Nando Cunha está de volta à cena (Foto: Divulgação)
Nando Cunha

Premiado no Festival de Gramado, Nando Cunha está de volta à cena (Foto: Divulgação)

Após um hiato de dois anos afastado da TV, o ator Nando Cunha retorna em grande estilo. Com o “Kikito de Ouro” em mãos e trabalhando em histórias com tramas mais densas, o ator observa sua trajetória profissional – e quer ir além. Vencedor do prêmio de Melhor Ator na última edição do 49º Festival de Cinema de Gramado pelo papel de Mauro no filme “O Novelo”, de Claudia Pinheiro, previsto para estrear em novembro no circuito, o ator pode ser visto na pele de Pentephres, um nobre sacerdote do Egito na sétima – e última – fase da novela “Gênesis”, na Record TV. Paralelo a isso, ainda estreia este ano três filmes e duas séries.

“Fazer esta novela está sendo maravilhoso para mim como profissional, pois estou tendo a verdadeira oportunidade de exercer meu ofício de ator. Tenho feito cenas intensas, em cenários suntuosos, com emoções e sutilezas que nunca tive oportunidade de fazer na TV. E fazendo isso sem estar num lugar estereotipado. Isso ressignifica o olhar para nós, atores negros. Nos humaniza”, ressalta o ator que, na trama da Record, dá vida ao sacerdote que é o pai amoroso de Asenate (Letícia Almeida) e o marido apaixonado de Selemina (Kakau Gomes).

No longa-metragem que lhe rendeu um dos prêmios mais importantes do cinema nacional Nando vive Mauro, o mais velho de cinco filhos abandonados na infância pelo pai que, com a morte da mãe, acaba criando os irmãos mais novos. “Na idade adulta, por volta da década de 1990, eles seguem caminhos diferentes, e Mauro se torna um microempresário incapaz de lidar com seus sentimentos. É uma história linda, de protagonismo negro, onde não se fala de racismo e ninguém pega em arma. São atores simplesmente interpretando seres humanos”, desabafa.

Ainda a respeito da premiação, Nando rememora. “Eu já ganhei o mesmo prêmio no Festival de Gramado com um outro personagem denso. A diferença é que aquele era protagonista de um curta-metragem. Para além dessas premiações, me pergunto se serei mais respeitado como ator agora, ou se vão continuar me rotulando como comediante ou humorista. Temos caminhado, mas a mudança ainda está por vir. Nossa revolução será silenciosa”, salienta o carioca, que possui 27 anos de caminhada profissional.

Além do longa que lhe rendeu o prêmio, para este ano, Nando aguarda ainda a estreia de mais três filmes – “Os Suburbanos”, com direção de Luciano Sabino; o “O pulo do gato”, de Marcelo Adnet, e “Malês”, de Antônio Pitanga.

“Estou muito grato por este momento, pelas oportunidades e emoções que nunca vivi. Foi o que eu esperei a vida toda! A pandemia mostrou a todos os atores o perrengue que nós, atores negros, sempre passamos por falta de oportunidades. Tudo que a gente quer é oportunidade, mostrar que podemos normatizar a possibilidade de viver um galã, por exemplo, e não precisar responder mais como é a sensação de viver isso. Somos além da nossa cor!”, reforça o ator que recentemente participou das séries “Cinema de Enredo” (Luís Antônio Pilar / Prime Box Brasil) e “Me Chama de Bruna” (Fox Premium).

Na TV, aliás, a trajetória de Nando é longa. O ator esteve no elenco da novela “As aventuras de Polianna” (SBT) e, na TV Globo, em “Geração Brasil”, “Araguaia”, “Dalva e Herivelto”, “Desejo Proibido”, “Força Tarefa” e “Salve Jorge” onde, na pele do hilariante Pescoço, foi consagrado.

No cinema marcou presença nos filmes “Apaixonados”, “Trinta”, “Tim Maia”, “Lascados” e “Querô” de Carlos Cortez. No teatro contabiliza mais de 15 montagens, dentre elas “O filho do pai”, ao lado de Antônio Pitanga; “Cartola e a história do grande sambista”; “O homem da cabeça de papelão”, de João Batista; “O último dia”, de Sergio Brito; “O mundo é grande”, de João Batista; “Estatuto de Gafieira”, de Aderbal Freire Filho, entre outros.

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