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Qual é o plural de beija-flor?
Saiba como funciona a regra
O plural de beija-flor é “beija-flores”, seguindo uma regra específica dos substantivos compostos. Quando um verbo se une a um substantivo com hífen, apenas o segundo elemento vai para o plural.
A língua portuguesa esconde fascinantes curiosidades linguísticas que surpreendem até falantes nativos.
Por que é beija-flores e não beijas-flores?
A explicação está na estrutura da palavra composta. Beija-flor é formado pelo verbo “beija” mais o substantivo “flor”.
Segundo as regras gramaticais, quando temos verbo + substantivo, apenas o substantivo flexiona. O verbo permanece invariável, resultando em “beija-flores”.
Atenção: Essa mesma regra se aplica a outras palavras como “guarda-chuvas”, “arranha-céus” e “porta-bandeiras”.
Qual palavra tem plural no meio da palavra?
Existe apenas uma palavra na língua portuguesa com plural no meio: “quaisquer”.
O singular “qualquer” se transforma em “quaisquer”, criando o único caso de desinência de plural medial do idioma. Essa particularidade torna essa palavra única em toda a gramática portuguesa.
- Qualquer pessoa pode participar → Quaisquer pessoas podem participar
- Qualquer dúvida será esclarecida → Quaisquer dúvidas serão esclarecidas
- Qualquer documento serve → Quaisquer documentos servem
- Qualquer momento é bom → Quaisquer momentos são bons
Como funcionam os plurais de palavras compostas?
As palavras compostas seguem regras específicas que variam conforme sua formação.
Quando ambos os elementos são substantivos ou adjetivos, os dois vão para o plural: “couves-flores”, “guardas-noturnos”. Já em compostos com preposição, apenas o primeiro elemento flexiona: “pés-de-cabra”, “mães-de-santo”.
- Substantivo + substantivo: couve-flor → couves-flores
- Verbo + substantivo: lava-louças → lava-louças
- Palavras repetidas: corre-corre → corre-corres
- Com preposição: pé-de-moleque → pés-de-moleque
Que palavras não mudam no plural?
Algumas palavras mantêm a mesma forma no singular e plural, desafiando as regras convencionais.
Palavras como “lápis”, “ônibus”, “vírus” e “tênis” permanecem inalteradas. Isso acontece por razões etimológicas específicas de cada termo.
- Um lápis → Vários lápis
- O ônibus → Os ônibus
- Este vírus → Estes vírus
- Meu tênis → Meus tênis

Por que algumas palavras soam estranhas?
O português possui palavras peculiares que causam estranheza pela sonoridade ou significado incomum.
Termos como “supedâneo” (base ou suporte), “estapafúrdio” (disparatado) e “tergiversar” (evitar o assunto) existem no idioma, mas são raramente utilizados no cotidiano.
- Mequetrefe: pessoa sem importância ou intrometida
- Salamaleque: cumprimento exagerado e afetado
- Piripaque: ataque nervoso ou indisposição súbita
- Serelepe: pessoa irrequieta, viva e esperta
Existem palavras usadas apenas no plural?
Alguns substantivos aparecem exclusivamente no plural, mesmo referindo-se a conceitos únicos.
Palavras como “óculos”, “parabéns”, “cócegas” e “condolências” não possuem forma singular. Esse fenômeno linguístico chama-se “pluralia tantum”.
- Férias (período de descanso)
- Núpcias (cerimônia de casamento)
- Pêsames (expressão de condolências)
- Anais (registros históricos)
O que torna o português tão fascinante?
A riqueza da língua portuguesa se manifesta em suas exceções, peculiaridades e origem histórica diversificada.
Com influências do latim, árabe, tupi-guarani e outras línguas, o português desenvolveu características únicas. Essa mistura cultural criou um idioma expressivo falado por mais de 260 milhões de pessoas mundialmente.
Marcos Vinícius Benevides
27 de setembro de 2025 em 08:29
Gostei bastante das considerações feitas. Só lamento uma coisa: palavras como PÉ DE MOLEQUE e outras mencionadas aqui já perderam o hífen de acordo com a reforma ortográfica.
Um forte abraço!