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Quando perdi meu emprego, comecei um jardim de hortelã e encontrei um propósito que me renovou

A hortelã cresceu devagar, no mesmo ritmo em que eu me reconstruía

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Quando perdi meu emprego, comecei um jardim de hortelã e encontrei um propósito que me renovou
O cultivo da hortelã surgiu como uma forma de preencher o vazio deixado pela mudança brusca na rotina

Perder o emprego costuma provocar uma ruptura na rotina e na identidade profissional. Eu senti isso na pele no começo daquele ano: de um dia para o outro, minhas manhãs ficaram silenciosas, sem e-mails urgentes, sem reuniões marcadas, sem a correria para bater metas. Para preencher o vazio, comecei a olhar mais para dentro de casa — e para a pequena área onde antes eu mal reparava. Foi ali que, quase por acaso, nasceu a ideia de cultivar plantas em casa, e entre todas as opções escolhi a hortelã (Mentha spicata), uma erva aromática de fácil manutenção. Com o tempo, o contato diário com o cultivo passou a organizar o meu tempo, ofereceu tarefas concretas e ajudou a criar uma sensação de continuidade num momento em que tudo parecia suspenso.

Como um jardim com hortelã reorganiza a rotina

Em 2025, enquanto eu buscava me reencontrar profissionalmente, percebi que meu interesse por hortas domésticas fazia parte de um movimento maior de busca por alimentação fresca e hábitos sustentáveis. Passei a usar a hortelã em chás, sucos, receitas salgadas e até a pesquisar como fazer produtos de higiene artesanal, como sabonetes e cremes dentais naturais, conectando bem-estar, economia e criatividade no dia a dia.

Cuidar do jardim de hortelã funcionou como uma atividade de transição nesse período de mudança profissional, ajudando a estruturar o dia com pequenas metas, como regar cedo, podar à tarde ou colher para o chá da noite. Aos poucos, eu me sentia menos “parado” e mais envolvido em um processo de construção, no qual cada broto novo simbolizava também um passo adiante na minha própria reorganização interna.

Quando perdi meu emprego, comecei um jardim de hortelã e encontrei um propósito que me renovou
Plantei hortelã sem rumo após perder o emprego – Créditos: depositphotos.com / karissaa

Como o cultivo de hortelã cria um novo ritmo de vida

A criação do meu jardim com hortelã começou de forma simples: comprei mudas na feira e as coloquei em vasos improvisados em um canto esquecido perto da lavanderia. Com o tempo, o cultivo passou a exigir mais atenção, como observar o clima, ajustar horários de rega e entender quando a planta estava “feliz” ou murcha, estimulando uma rotina mais estável e consciente.

O acompanhamento do ciclo da hortelã, do enraizamento à colheita, passou a oferecer etapas claras e visíveis de progresso. Enquanto meu currículo circulava sem resposta, eu via resultados concretos naquele verde intenso, um lembrete silencioso de que processos levam tempo e de que o cuidado diário, mesmo em algo simples, pode devolver a sensação de propósito.

Quais são os cuidados básicos para manter um jardim de hortelã saudável

Para que o meu jardim com hortelã se desenvolvesse bem, precisei aprender alguns cuidados fundamentais, ajustando erros iniciais, como exposição excessiva ao sol da tarde e regas irregulares. Com pesquisa e observação, entendi melhor as necessidades da planta em relação à luz, umidade e solo, tornando o cultivo mais estável e resistente ao longo das estações.

Com o tempo, percebi que alguns princípios simples faziam toda a diferença para manter a hortelã bonita, aromática e produtiva, seja em vasos, jardineiras ou pequenos canteiros domésticos:

  • Solo: usar substrato leve, rico em matéria orgânica e bem drenado, misturando terra com composto orgânico caseiro.
  • Rega: manter o solo levemente úmido, sem encharcar, regando preferencialmente pela manhã para evitar fungos.
  • Luminosidade: posicionar os vasos em meia-sombra ou sol fraco, evitando a incidência forte do sol da tarde em regiões muito quentes.
  • Poda: fazer cortes regulares das pontas para estimular novos brotos e já separar folhas para uso imediato em chás e receitas.
  • Espaçamento: escolher vasos e canteiros que permitam expansão das raízes, pois a planta gosta de espaço para se espalhar.

Logo descobri, pela prática, que a hortelã tende a se espalhar rapidamente e pode dominar o canteiro se estiver no solo. Por isso, preferi mantê-la em vasos e jardineiras, controlando melhor o crescimento por meio de podas frequentes, que ainda garantiam folhas mais novas, aromáticas e ideais para secagem e armazenamento.

Esse vídeo do Manual do Jardim mostra como a hortelã pode mudar a vida da gente de um jeitinho simples e inspirador:

Como o jardim de hortelã pode se tornar um novo propósito de vida

Com o passar dos meses, o cultivo deixou de ser apenas passatempo e passou a ocupar um lugar central na minha rotina, funcionando como um ponto de equilíbrio emocional. Eu, que antes me apresentava apenas pela minha antiga profissão, passei a me reconhecer também como alguém que cultivava e compartilhava algo vivo, útil e saboroso com outras pessoas.

Meu jardim se tornou um ponto de partida concreto para novas fontes de renda e aprendizado, mostrando que é possível transformar um hábito doméstico em oportunidade. A partir da hortelã, comecei a vender maços frescos, preparar chás desidratados com outras ervas, montar kits de hortas caseiras, testar produtos artesanais e oferecer pequenas oficinas de jardinagem, sempre em escala reduzida e conectada à minha realidade.

Quais são os benefícios práticos da hortelã em casa no dia a dia

Manter hortelã no jardim modificou a rotina doméstica, deixando a erva sempre à mão para preparar chás, aromatizar água, incrementar saladas, molhos e sobremesas. O uso constante reforçou a sensação de utilidade do cultivo, aproximando minha alimentação de ingredientes frescos e planejados, com mais cuidado ao escolher o que colocar no prato.

No ambiente da casa, a presença da hortelã estimulou também outros cuidados, como reorganizar móveis para melhorar a luz, manter os espaços mais limpos e arejados e criar um canto agradável ao redor dos vasos. O aroma característico da Mentha spicata passou a marcar o ambiente como símbolo silencioso de esperança, paciência e renascimento, especialmente em um período de transição profissional e pessoal.

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