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Saiba os motivos de Milão estar no topo de cidades mais caminháveis
Milão se destaca pela infraestrutura e segurança para pedestres, liderando o ranking global.
A caminhada como forma de deslocamento urbano tem ganhado cada vez mais destaque em estudos e relatórios sobre mobilidade. Em 2025, o jornal “Nature Cities” destacou Milão, na Itália, como a cidade mais “caminhável” do mundo. Esse conceito se refere à facilidade que os habitantes de uma cidade têm para acessar serviços importantes caminhando, como escolas, museus, hospitais e restaurantes. Com uma média de apenas 6,4 minutos de caminhada até um serviço chave, Milão se destaca no cenário global de mobilidade urbana.
O levantamento foi realizado por pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação da Sony, em Roma, analisando mais de 10.000 cidades ao redor do mundo. Cidades com população superior a 500 mil habitantes foram consideradas, o que resultou em um ranking que reflete a distribuição geográfica e o planejamento urbano das cidades mais bem avaliadas.
Como são calculados os índices de “caminhabilidade” das cidades?
Para calcular a “caminhabilidade” de uma cidade, os pesquisadores mapearam o tempo que os moradores de diferentes bairros em uma cidade levam para chegar a serviços essenciais. A partir desta análise, uma média para toda a cidade é calculada. Milão, por exemplo, além de ter a média baixa de 6,4 minutos para chegada a serviços, tem 97,5% de sua população vivendo a 15 minutos desses serviços.

No ranking das cidades mais “caminháveis”, a Europa tem domínio absoluto. Além da infraestrutura ideal para caminhantes, a densidade urbana e a organização de serviços estratégicos também desempenham papel crucial. Estas características favorecem uma movimentação mais fluida e eficiente, o que contribui diretamente para uma alta classificação.
Quais cidades não europeias estão no ranking de “caminhabilidade”?
Embora as cidades europeias dominem o topo da lista, algumas cidades fora da Europa conseguiram alcançar posições notáveis. A primeira cidade não europeia a aparecer é Quioto, no Japão, que ocupa a 28ª colocação. Outras cidades que se destacam no ranking são Taipé e Taichung, em Taiwan; Katmandu, no Nepal; e Tóquio, também no Japão. Estes locais demonstram que o planejamento urbano focado em mobilidade a pé é uma tendência crescente em diferentes culturas e continentes.
São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se longe do top 50 mundial?
Apesar de nenhuma cidade brasileira figurar entre as top 50 mais “caminháveis”, tanto São Paulo quanto o Rio de Janeiro foram mencionadas no relatório como cidades com potencial de melhoria significativa. Em São Paulo, ajustes na localização de serviços poderiam reduzir o tempo médio de caminhada até serviços essenciais de 21 para aproximadamente 12 minutos. Da mesma forma, no Rio de Janeiro, atualmente, um morador leva cerca de 25 minutos para alcançar um serviço chave. Melhorias urbanas poderiam diminuir substancialmente esse tempo.
Essas observações ressaltam um desejo de aumentar a eficiência da mobilidade urbana nas maiores cidades brasileiras. Com o tempo, mudanças estratégicas e investimentos em infraestrutura podem elevar o status dessas metrópoles no ranking global, promovendo maior qualidade de vida por meio do fortalecimento da “caminhabilidade”.