Entretenimento
SpaceX prepara lançamento histórico do Starship que pode mudar a exploração espacial
No dia 13 de outubro, a SpaceX tentará recuperar ambas as seções do Starship em um teste inédito que pode redefinir o futuro das viagens espaciais
A SpaceX realiza na próxima segunda-feira (13) o lançamento mais ambicioso de sua história. O megafoguete Starship, o maior e mais poderoso já construído, fará um voo de teste não tripulado com o objetivo de alcançar a órbita e retornar à Terra em um único ciclo.
O lançamento está previsto para 19h15 (horário local), com transmissão ao vivo a partir da Starbase, no Texas. O evento promete reunir milhares de espectadores e consolidar a empresa de Elon Musk como protagonista da nova era da exploração espacial.
O que torna este lançamento diferente dos anteriores?
Pela primeira vez, a SpaceX tentará recuperar as duas seções da nave — o propulsor Super Heavy e o estágio superior Starship. O plano é que o propulsor retorne com um pouso controlado no Golfo do México, enquanto a nave execute manobras orbitais, libere oito cargas fictícias de satélites Starlink e finalize a missão com um pouso no Oceano Índico.
O teste faz parte de uma sequência de melhorias contínuas. Desde 2023, cada voo do Starship fornece dados técnicos inéditos para aprimorar motores, sistemas térmicos e protocolos de pouso.
Um foguete sem precedentes
Com 123 metros de altura e 39 motores Raptor — 33 no propulsor e 6 na nave —, o Starship representa um salto de engenharia. Seu design prioriza a reutilização total, reduzindo custos e aumentando a frequência de lançamentos.
A estrutura é feita em aço inoxidável série 300, material resistente a altas temperaturas, e coberta por placas cerâmicas hexagonais que protegem as áreas mais expostas durante a reentrada. Esse sistema visa suportar temperaturas extremas sem comprometer a integridade da nave.

Como será o pouso do Super Heavy?
O retorno do primeiro estágio será um dos momentos mais aguardados da missão. A SpaceX planeja uma sequência de três etapas: acionar 13 motores para desaceleração inicial, reduzir para cinco na fase intermediária e finalizar com três motores centrais para o pouso suave no mar.
Essa manobra de precisão busca otimizar o consumo de combustível e tornar o pouso mais estável e eficiente, um passo decisivo rumo à reutilização completa do sistema.
Desafios térmicos e experimentos arriscados
Para este teste, a SpaceX removeu parte das placas de proteção térmica da nave. O objetivo é avaliar como os materiais se comportam durante a reentrada em condições reais de calor extremo e turbulência.
Segundo Elon Musk, o foco é “coletar dados sobre o desempenho do escudo térmico da Starship”, considerado um dos elementos mais críticos para o sucesso das futuras missões à Lua e a Marte.
Durante o décimo voo, um brilho alaranjado no segundo estágio gerou dúvidas sobre danos estruturais. No entanto, imagens posteriores mostraram o escudo intacto, com apenas ferrugem superficial, indicando progresso significativo no design térmico.

O impacto do teste para o futuro da exploração espacial
O Voo 11 será decisivo para validar o conceito de reutilização total de foguetes de grande porte. Caso a missão seja bem-sucedida, a SpaceX poderá reduzir drasticamente os custos de acesso ao espaço e acelerar projetos interplanetários.
Os dados obtidos também serão compartilhados com a NASA, dentro do programa Artemis, que planeja o retorno de astronautas à Lua. Escudos térmicos, pousos controlados e manobras orbitais testadas neste voo servirão como base para futuras missões tripuladas.
A expectativa é que o teste de 13 de outubro represente um divisor de águas na engenharia espacial moderna — não apenas um novo lançamento, mas um passo concreto rumo à colonização de outros planetas.