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Você sabe qual o coletivo de camelo?
Um termo esquecido do português que revela a herança árabe em nosso idioma
No vasto e fascinante universo da língua portuguesa, algumas palavras carregam significados históricos e culturais profundos, revelando suas origens e a rica tapeçaria de influências que moldaram o idioma ao longo dos séculos, como é o caso da palavra “cáfila”, termo coletivo específico para camelos e resultado de encontros culturais memoráveis.
Como a palavra cáfila se diferencia de outros termos coletivos relacionados a grupos de viagem
Cáfila é utilizada exclusivamente para designar grupos de camelos ou dromedários, em contraste com “caravana”, termo genérico empregado para qualquer agrupamento de viajantes, animais ou veículos em jornada. Essa diferença reflete tradições e contextos históricos específicos relacionados às civilizações que atravessaram desertos.
O uso restrito de cáfila confere à palavra um ar poético e evocativo, transportando o leitor para cenários orientais e paisagens desérticas. Já caravana é abrangente e moderna, utilizada em contextos variados atuais ou históricos.
Explorando a presença de cáfila na literatura de língua portuguesa
No campo literário, cáfila aparece frequentemente em passagens cativantes de autores como José de Alencar, Euclides da Cunha e Eça de Queirós. Sua utilização agrega exotismo, aventura e simbolismo às narrativas, sobretudo em cenas que aludem a jornadas em terras distantes.
A seguir, confira alguns contextos nos quais a palavra cáfila enriquece a literatura lusófona:
- Descrever travessias áridas e desérticas;
- Criar atmosferas misteriosas e exóticas;
- Evocar a ideia de resistência e persistência perante desafios naturais.

Qual é a importância dos termos de origem árabe para a cultura e a língua portuguesa
Palavras como cáfila são evidências claras do intercâmbio cultural árabe-ibérico ocorrido entre os séculos VIII e XV, que contribuiu significativamente para a formação do português moderno. Expressões herdadas desse contato permanecem vivas até hoje, ilustrando a convivência e a influência mútua entre diferentes povos.
A presença dessas palavras resgata não apenas o significado original, mas também valoriza a diversidade cultural, as trocas históricas e a riqueza semântica que consolidam a identidade da língua portuguesa ao longo do tempo.