Esportes
A maldição da Bola de Ouro que impede o melhor do mundo de ganhar a Copa do Mundo
A maldição da Bola de Ouro ronda mais uma vez o futebol.
No futebol, a Bola de Ouro é o prêmio individual mais prestigiado, simbolizando o auge da carreira de um jogador. No entanto, uma curiosa “maldição” ronda esse troféu: os ganhadores da Bola de Ouro no ano da Copa do Mundo quase nunca vencem o torneio com suas seleções. Embora seja distinta do prêmio “The Best” da FIFA e da Bola de Ouro entregue ao melhor jogador da Copa, a premiação da revista France Football levanta uma dúvida intrigante — por que nenhum vencedor da Bola de Ouro antes da Copa consegue levantar o troféu mundial no mesmo ano?
Casos como os de Platini (década de 80) e Johan Cruyff (1971, 1973 e 1974), que brilharam na Europa mas não conquistaram o título mundial, reforçam a ideia. Outros nomes emblemáticos incluem Alfredo Di Stéfano, que venceu nos anos 50 sem sequer disputar uma Copa, além de astros como Ronaldinho, Zidane, Messi e Cristiano Ronaldo — todos premiados em anos não coincidentes com o sucesso no Mundial. Coincidência ou maldição? A pergunta segue em aberto.
Quais são os casos mais notórios da maldição?
Além dos casos de Platini e Cruyff, outros jogadores também ilustram essa teoria. O brasileiro Ronaldo fenômeno, agraciado com a Bola de Ouro em 1997 e 2002, atuou em sua melhor forma na Copa de 1998, mas a seleção sucumbiu na final para a França. Já em 2002, ele finalmente conquistou a Copa, mas o prêmio veio após o torneio, não quebrando a lógica da “maldição”.
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, vencedores múltiplos deste prestigiado troféu, encontraram dificuldades em converter este êxito individual em títulos coletivos de Copa do Mundo.
A maldição é apenas um mito ou existe uma explicação lógica?
Especialistas no esporte sugerem que a teoria pode ser um misto de coincidência estatística com a enorme pressão sobre os vencedores. Ser agraciado com a Bola de Ouro cria expectativas descomunais, tanto do público quanto da mídia, mas o futebol é um esporte coletivo e decisões em campo dependem de inúmeras variáveis: sorteios, adversários, lesões, decisões de arbitragem e até restrições históricas da premiação — até 1994 só jogadores europeus podiam vencer, o que alterava o perfil dos premiados.

O que especialistas dizem sobre o fenômeno?
Alguns analistas esportivos enxergam a “maldição” da Bola de Ouro com ceticismo, atribuindo mais ao acaso do que a qualquer poder místico. Argumentam que a individualidade simbolizada pelo prêmio muitas vezes não se traduz em conquistas coletivas e que a narrativa foi alimentada pela mídia e pelo imaginário popular.
A tendência histórica reforça o tabu, mas, objetivamente, não há dados tentando correlacionar um efeito negativo real no desempenho dos vencedores, além do natural desafio que é conquistar um Mundial.
O que isso significa para o novo vencedor, Dembélé, em 2025?
Para Ousmane Dembélé, atual detentor da Bola de Ouro em 2025, que superou Lamine Yamal após excelente temporada pelo PSG, a expectativa é desmistificar a teoria. Como peça central da seleção francesa, as esperanças recaem sobre sua capacidade de conciliar destaque individual e êxito coletivo, enfrentando também o natural aumento de cobranças — algo visto pelos analistas como mais simbólico do que um efeito real no campo.
Assim, ao observar a história da Bola de Ouro e sua “maldição”, cabe ao novo vencedor equilibrar o peso de expectativas individuais com o esforço coletivo, buscando inspiração em uma história rica e, por vezes, controversa. A discussão parece resistir mais pela tradição das narrativas do futebol do que por uma lógica estatística comprovada, mas segue intrigando apaixonados pelo esporte a cada ciclo de Copa.