Botafogo tentará efeito suspensivo para ter Marçal e Tiquinho Soares diante da Portuguesa; entenda

Se não bastasse a crise dentro e fora de campo, o Botafogo encarou nesta segunda-feira (06) mais um problema. Dessa vez, o clube não só se defendeu, como também viu seus atletas responderem no TJD-RJ, após as denúncias por conta de toda a confusão no clássico contra o Flamengo, no dia 25 de fevereiro, em Brasília, pelo Campeonato Carioca.

A equipe de reportagem da Super Rádio Tupi conversou com André Alves, Gerente Jurídico do clube, que analisou todo o julgamento, mas admitiu que o resultado poderia ter sido mais favorável ao Glorioso. Segundo ele, algumas conclusões foram exageradas e, por isso, o alvinegro entrará com um recurso no Pleno do TJD para tentar solucionar o caso.

“Foi um julgamento que a gente esperava ser complexo, trabalho e desgastante. Envolvia muita matéria de prova: vídeos, imagens, a palavra do árbitro. Então foi algo que a gente já esperava. O julgamento foi bem conduzido pela 5ª Comissão Disciplinar. Agora, a gente entende que, embora bem conduzida, alguns pontos ficaram pouco excessivos. Foram mais gravosos do que a gente esperava. Sendo assim, vamos ingressar com um recurso voluntário junto ao pleno do TJD para rediscutir essa situação. Vamos fazer isso até amanhã para tentar alguma medida que a gente consiga, de alguma forma, devolver condições de jogo para os atletas punidos” – disse André

No julgamento, o goleiro Lucas Perri acabou sendo absolvido por dar o par de luvas a um torcedor que invadiu o gramado. O zagueiro Joel Carli, por sua vez, pegou um jogo de suspensão (já cumprido) por reclamação enquanto já estava no banco de reservas após ser substituído. Enquanto isso, Marçal pegou um gancho de quatro jogos mais uma multa de R$ 3 mil por ofensas ao árbitro, além de Tiquinho Soares, que pegou oito jogos de suspensão, além da multa no mesmo valor.

A estratégia do clube no momento será a de entrar com o recurso para dar condições de jogo para os jogadores até que o julgamento no Pleno seja realizado, conforme destacou o dirigente alvinegro.

“O Carli recebeu um jogo e já cumpriu, então não teria grande repercussão. O Perri foi absolvido. Então vamos em busca de aguardar um julgamento do Pleno para que os atletas consigam, aí sim, cumprir as penalidades. Vamos tentar o efeito suspensivo até que o Pleno possa julgar o recurso” – revelou.

O único ponto comemorado pelo Botafogo foi a reversão da penalidade de Tiquinho Soares. Denunciado no artigo 254-A §1º I e §3º (agressão física – soco, cotovelada, cabeçada ou golpes similares contra árbitro), a defesa do clube conseguiu desqualificar a denúncia e revertê-la no artigo 258.

“O artigo de agressão física é muito gravoso, muito pesado; e por ser muito pesado, é necessário que seja aplicado com algumas ressalvas: não pode ter dúvidas. E no caso do Tiquinho não teve essa agressividade incontroversa. Ele buscou uma encarada com o árbitro, mas, em momento algum, buscou uma agressão física na pessoa do árbitro. Então, a palavra do árbitro e o depoimento do jogador auxiliaram a defesa no sentido de desqualificar a denúncia com base na agressão física. A palavra do árbitro e do jogador foram importantes para a gente tirar essa carga pesada de 180 dias, como era previsto em artigo” – explicou.

Um outro ponto que será apreciado pelo Botafogo será em relação ao mando de campo, já que o clube foi punido com a perda de dois mandos por conta dos objetos arremessados no gramado. Para o clube, a decisão do TJD-RJ de não indicar como seria cumprida essa pena pode favorecer o clube na busca por uma reversão da situação.

“A decisão não trouxe esses detalhes. Só deram a perda de mando de campo. Normalmente, a perda de mando de campo é cumprida em uma localidade distante da onde o clube se situa. Mas a decisão em si não mencionou como seria. Isso pode vir a ser um objeto de apreciação, um pedido… O Botafogo pode tentar algo neste sentido.”