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Campeonato Brasileiro

Marcão recebe convite do Fluminense para continuar no cargo de treinador mas prefere voltar a ser assistente técnico.

Profissional diz que está em evolução e deixa cargo com 59,5% de aproveitamento e com equipe na Libertadores

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Foto: Lucas Merçon/Fluminense/Marcão/Mário Bittencourt, Paulo Angioni

O dia seguinte da última partida do Fluminense no campeonato Brasileiro contra o Fortaleza no Maracanã serviu para a despedida do técnico Marcão do cargo de treinador principal do tricolor. Uma coletiva foi realizada com a participação do presidente do clube Mario Bittencourt e do diretor executivo Paulo Angioni. Marcão está voltando ao cargo de auxiliar técnico e vai trabalhar com Roger Machado, o novo treinador tricolor.

Marcão foi questionado na entrevista sobre não ter aceito o convite para assumir o comando técnico do time.

Estou feliz pela posição em que estou dentro do clube. Estou feliz porque meu torcedor está com orgulho de vestir a nossa camisa, de falar dos nossos atletas. Orgulhoso de mais uma vez estar disputando uma Libertadores. Estou muito feliz por tudo isso, e vamos dar a vida de novo pelo Roger, por esses meninos, para que a gente permaneça cada vez mais no topo dessa tabela”.

O profissional lembrou quando começou sua experiência como treinador no Bangu em 2019

É planejamento de vida, de carreira. E nosso planejamento é sempre com muita calma, sempre com muita tranquilidade. Venho em uma evolução. Já tínhamos feito um trabalho em 2019 com o Bangu. Um trabalho com excelência, uma equipe média que conseguiu ficar entre os grandes no Carioca. Logo depois tive a honra de ser convidado pelo presidente e pelo Paulo para retornar ao clube e em três meses já tive que assumir uma equipe profissional, jogando um Campeonato Brasileiro com muita dificuldade. E analisando nosso trabalho, foi uma diferença absurda de 2019 para 2020. E com a certeza de que temos que melhorar sempre, buscar a excelência sempre. Por isso que o Marcão continua estudando, continua vendo jogos, vai continuar dentro do planejamento de carreira do presidente, da minha família. Na hora certa e no momento certo vamos poder assumir uma carreira solo, se for o caso. Enquanto isso, ainda tenho muito a ajudar ao Fluminense e amadurecer em todas as questões.

Marcão está deixando o comando do time com um aproveitamento de 59,5% com oito vitórias, quatro empates e três derrotas. Ainda sobre a possibilidade de carreira solo, o ex-volante de 48 anos respondeu:

Na coletiva foi anunciado por Paulo Angioni, que Marcão não irá trabalhar no Sub 23 que vai representar o clube no Campeonato Carioca, a função será do Ailton Ferraz com Edevaldo de Freitas.

Marcão defendeu o Fluminense como jogador de 1999 a 2006 e sempre demostrou amor e orgulho de vestir a camisa tricolor. Como treinador também sempre demostrou o mesmo sentimento, principalmente, por comandar a equipe na beira do campo vestido com o uniforme do clube e não com um traje social.

Marcão também falou sobre outros temas como

Ambiente no clube

Orgulho de vestir nossa camisa. Muita satisfação. A gente que trabalha aqui no Fluminense tem que estar sempre preparada. Foi um momento muito difícil, crucial, essa mudança de turno. Os meninos nos ajudaram muito. Comprometidos com a causa, entregues. Fica muito fácil quando o clube todo está em um pensamento só. Você entra na portaria, ganha bom dia com orgulho, é bem recebido por todos, as meninas da limpeza, a Cacá do café. As pessoas que fazem os dias ficarem mais fácil. Facilita nosso trabalho. Com muito empenho e responsabilidade, respaldado pelo presidente e pelo Paulo, deu tempo para fazer o que imaginávamos, junto com nossa comissão técnica, acharmos nosso modelo de jogo e fazermos um excelente segundo turno.

Orgulho da campanha

Orgulho de vestir nossa camisa. Muita satisfação. A gente que trabalha aqui no Fluminense tem que estar sempre preparada. Foi um momento muito difícil, crucial, essa mudança de turno. Os meninos nos ajudaram muito. Comprometidos com a causa, entregues. Fica muito fácil quando o clube todo está em um pensamento só. Você entra na portaria, ganha bom dia com orgulho, é bem recebido por todos, as meninas da limpeza, a Cacá do café. As pessoas que fazem os dias ficarem mais fácil. Facilita nosso trabalho. Com muito empenho e responsabilidade, respaldado pelo presidente e pelo Paulo, deu tempo para fazer o que imaginávamos, junto com nossa comissão técnica, acharmos nosso modelo de jogo e fazermos um excelente segundo turno.

Perda da vaga no G4

O sentimento ontem ficou amargo, porque ficou bem perto esse G-4. Tamanho do comprometimento desse grupo. Lamentamos o empate com o Santos, a arbitragem nos prejudicou. Eram os pontos que nos deixariam no G-4. Sensação de dever cumprido. Os meninos fizeram tudo por essa posição. Se tiver que disputar a pré, esse time não teme mais nada. Pode jogar contra qualquer equipe, em qualquer lugar, que vão enfrentar da melhor maneira possível. O que construíram, o que fizeram, é para ficar guardado, registrado. Vai ser daí para cima, por tudo que eles criaram.

Confiança dentro do clube

Essas duas pessoas do meu lado me ajudam em todo o momento. E ontem agradeci mais uma vez pela oportunidade e todo o suporte que precisamos. Gosto de ouvi-los. Me acrescenta muito, tenho muito a aprender. Para sentar aqui tem que estar seguro do que está fazendo. A confiança dessas pessoas, que é o principal, nos dando total segurança, temos certeza que em algum momento o trabalho será feito e reconhecido. Por isso estou muito feliz, por conquistar isso tudo junto com nossos meninos.

Conversas com Roger

Já tive oportunidade de estar com o Roger. Trocamos algumas palavras sobre a equipe, sobre o que ele está vendo, sobre o que os meninos vinham fazendo. A visão dele é muito boa sobre o que presenciou. Viu treinamentos, jogos, tem acompanhado. Tenho certeza que vamos poder ajudá-lo no que for possível para que ele possa continuar com esse pensamento, essa mentalidade, para que os meninos continuem a jogar como têm feito. E tenho certeza que ele vai fazer isso.

Dois negros no comando

O Fluminense sempre foi assim. Desde quando cheguei como atleta, sempre foi o “time de todos”. Mas é importante a colocação do clube sobre essa questão hoje em dia muito questionada, mas sempre muito bem colocada por nosso clube. O Fluminense não tem restrição por cor, credo, religião. É o “time de todos” e tem demonstrado para todo mundo ver.

Apoio da torcida

Toda ação chega a nós. Todo mundo vê tudo hoje em dia. Se eles derem carinho para esses meninos, o resultado virá dentro de campo. Desde o momento que todos tiveram um pensamento único em um só objetivo, ficou mais fácil. Foi o momento que a equipe começou a jogar mais leve, comprometida, determinada, com segurança. Foi a hora que fizeram a campanha de “Juntos pela Libertadores”. Isso chega aqui.

Críticas nas redes sociais

 A internet hoje é muito dura. Em algum momento, pessoas escrevem uma coisa e outras, sem saber de todo o conteúdo, acabam repostando e isso vai gerando uma situação muito ruim. Foi muito rápido, em três partidas a cobrança já era absurda. Foi um aprendizado. Foi se fechar, com minha família, com comissão técnica, com jogadores, e concentrar. Mal conseguíamos dormir nesse período. Dormíamos tarde arrumando uma maneira para a equipe se encaixar e acordávamos bem cedo pensando em treinamento, formação, peças. Mas muito satisfeito com isso tudo. Nosso crescimento foi embasado em cima disso. Junto com minha comissão, Ailton, Gabriel Oliveira, Marcos Seixas, Marcos Salgado, Juliano, Allan Neiva, Rodrigo, Paulo, Emily, Dra. Renata Faro… essa pessoa junto da gente nos deixou muito forte. Nos momentos de dificuldade nos fortalecemos mais. Nosso estafe é muito bom por tudo que entregam ao clube.

Elogios ao departamento técnico e fisiologia

Ontem ele foi batizado, por tudo que passou nesses dias depois do jogo contra o Santos. Foi um crescimento absurdo, parte técnica, física. Esse menino é muito concentrado. Tudo que aconteceu desse jogo para cá, faço uma menção honrosa ao nosso departamento, comandado pelo Douglas, à nossa fisioterapia, comandada pelo Filé. E ao menino, pelo comprometimento. Trabalhou quietinho. Sabíamos que nosso capitão estava com desconforto e nosso departamento médico trabalhou para deixar todo mundo em condições. Estou dando alguns exemplos, mas foi desde o início, pandemia… tudo foi tratado com muita verdade. Não podemos deixar de homenageá-los por tudo o que fizeram, pelo ano maravilhoso que eles nos proporcionaram.

SUB-23
Serviu não só para os atletas. Deu rodagem também para a comissão técnica. Nós observávamos o treino do profissional do Odair e conseguimos colocar no Sub-23 e o modelo ficou bem parecido. E no momento que Odair precisava dos nossos atletas eles já estavam ao modelo de jogo, ao tipo de treinamento técnico, tático e físico. E essa integração foi importante para todos nós.

Quando chegou ao Fluminense como jogador

Nossa meta, nosso planejamento, desde o dia que pisamos nas Laranjeiras… eu amo aquele lugar. Adoro sentar no Salão Nobre e olhar aquilo tudo. Era minha paz, minha calmaria. Chegava cedo e sentava ali antes de descer para o treinamento. Aconteceu isso. Fui cobrado, achei que estava sendo reconhecido pelo trabalho no Bangu. Mas o torcedor estava pedindo para eu voltar para o Bangu. Mas depois conquistamos a Série C e esse torcedor apareceu no Salão Nobre reconhecendo o nosso trabalho. E agora que o presidente abriu as portas para o trabalho de treinador, é buscar a excelência, estudar, ver o que acontece na Europa, no Brasil. É melhorar cada vez mais. Por um clube que tanto me deu, que tanto me dá. E de mim e de minha família só vai ter isso: comprometimento, entrega. Para retribuir um pouco do que esse clube nos dá.

FAMÍLIA

 Minha esposa no dia a dia sofrendo, conversando comigo, minha filha Suellen, meu orgulho, sofreu com o papai, meu filho Lucas, meu feedback, conhece de bola, meu caçula Felipe, sofreu calado, mas de uma leitura linda da vida, meus pais… no momento de dificuldade eles seguraram essa junto com a gente. E no momento de clareza, de paz, quero dividir minha alegria com eles também. Temos uma família, um alicerce

Vitória dedicada a família Becker

 Queria falar da entrega que os jogadores tiveram no resultado de ontem com a família Becker, com Muriel e Alisson por tudo o que aconteceu. A vitória realmente foi para eles. Eles já tinham mencionado no vestiário. Todos que perdemos familiares nesse período…resolvemos isso como família.

Arrancada e invencibilidade

Realmente foi um resultado muito duro. Sangrou, machucou bastante. Nossa equipe vinha de uma vitória importante sobre um rival. Foi um jogo atípico, uma noite ruim, mas que incomodou demais todos nós. Até poderia acontecer uma derrota, mas com a gente brigando, lutando até o fim, entregando tudo dentro de campo. E desde aquele momento, resolvemos tudo em família, colocamos tudo, os jogadores se posicionaram, nós fechamos e fizemos um Fluminense com jeito de Fluminense: forte, impositivo, brigando por todas as bolas, entrega. A parceria que os meninos tinham do lado de fora conseguiram levar para dentro de campo.

Mudança tática após aquele jogo

Hoje todos os treinadores querem botar as linhas jogando na frente. Temos Fred e Nenê para marcar em cima do goleiro, roubar a bola ali perto para fazermos o gol. E o entendimento desses dois atletas nas questões táticas foi absurda. Foi a hora que equilibramos a equipe, compactamos. O entendimento deles em ter que abrir mão de coisas que gostavam muito de fazer toda vida para marcar na intermediária, aproximas as linhas… isso foi feito com tranquilidade por eles. E quando viram que deu certo a primeira vez, fizeram a segunda, terceira, quarta, quinta. E com a evolução dos atletas, foi grandioso tudo o que esses meninos fizeram. Aquele momento foi crucial para essa mudança de comportamento.

O novo treinador do Fluminense Roger Machado está chegando com três profissionais e será apresentado neste sábado (27.02)  em entrevista virtual, às 11:00H.

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