Esportes
COP30 expõe nova chance de ouro para o esporte brasileiro
Evento mundial que aborda meio ambiente e condições climáticas pode alavancar entidades, clubes e empresas às práticas ESG
Está dada a largada para o maior evento global em prol dos cuidados com o planeta, em Belém. Até o dia 21, autoridades do mundo inteiro buscarão alternativas para frear a alta da temperatura, que cresce 1,5º por ano. Além disso, a COP30 traz um olhar mais sensível para as florestas tropicais, o meio ambiente e, obviamente, para a redução das emissões de carbono. Assim, o evento se torna um alerta poderoso para a conscientização social, global e corporativa. E, por isso, os projetos incentivados pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) também precisam acompanhar esse movimento.
Qual a relação entre a COP30 e a Lei de Incentivo ao Esporte?
A relação entre a Lei de Incentivo ao Esporte e os objetivos da COP30 não é direta. No entanto, ao aproximar as duas agendas, surgem benefícios concretos. Entre eles, estão a ampliação da prática esportiva sustentável, o uso de recursos menos agressivos ao ambiente, o fortalecimento da consciência ambiental, o incentivo à reciclagem e a adoção de estruturas e instalações mais verdes. Além disso, cresce a inclusão social de comunidades vulneráveis, justamente as mais afetadas pelos impactos do clima. E, como consequência, aumenta a visibilidade pública e o reconhecimento social desses projetos.
Segundo Álvaro Martins, CEO da AR Lei de Incentivo ao Esporte, “a COP30 reforça que sustentabilidade não é mais opcional, e o esporte tem um papel estratégico nessa agenda”. Ele destaca ainda que integrar princípios ESG aos projetos é uma oportunidade concreta para alinhar o Brasil às demandas climáticas globais. Dessa forma, esporte, desenvolvimento social, impacto ambiental positivo e saúde pública passam a caminhar juntos. O esporte, portanto, torna-se um agente de transformação capaz de educar, mobilizar comunidades vulneráveis e inspirar mudanças reais no cotidiano, na economia, na geração de empregos e no meio ambiente.
Além disso, a inclusão de práticas sustentáveis pode — e deve — ser detalhada na metodologia e na justificativa dos projetos enviados ao Ministério do Esporte. Assim, é possível unir objetivos esportivos às crescentes demandas por responsabilidade ambiental e social. Entre os pontos principais estão a gestão e as instalações dos eventos (com eficiência energética, gestão hídrica, manejo de resíduos e infraestrutura sustentável), a educação e a conscientização (com programas ambientais e ações de comunicação), além de equipamentos sustentáveis, mobilidade verde e preservação de áreas naturais.
Por fim, um estudo realizado com 401 líderes de médias e grandes empresas, conduzido pela Beon ESG e pela Aberje, apontou que 51% das companhias já evoluem suas estratégias ESG. Além disso, 39% reconhecem que possuem uma estrutura sustentável para engajamento — incluindo estratégias, processos e gestão de resultados. Mesmo assim, desafios operacionais e culturais ainda precisam ser superados.