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Decisão Polêmica: Moicano diz não à indenização milionária de Anderson Silva
A decisão já repercute nas redes sociais e entre especialistas do MMA, gerando debates sobre a postura ética e estratégica do lutador
Em meio à repercussão milionária sobre a indenização que Anderson Silva deve receber do UFC, estimada em mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 56 milhões), uma figura se destaca por ter tomado o caminho oposto. Renato Moicano recusou, de forma enfática, o dinheiro oriundo do processo antitruste movido por atletas contra o Ultimate.
No podcast ‘Show Me The Money’, em julho deste ano, Moicano revelou que abriu mão de um valor estimado entre US$ 100 mil e US$ 150 mil (o equivalente a até R$ 831 mil) por convicções pessoais. Para o lutador, aceitar a compensação seria incoerente com a postura que defendeu durante toda a sua trajetória no esporte.
“Eu não aceitei. Isso é dinheiro fácil. Um cheque de graça. Eu entrei no UFC sabendo das condições. Assinei o contrato, mesmo sendo duro, e cumpri minha palavra”, disparou Moicano na ocasião.
A crítica do brasileiro não ficou restrita à organização. Moicano foi direto ao apontar que muitos dos colegas que aceitaram o pagamento estariam, em suas palavras, “sem moral”.

Anderson Silva vai receber ‘bolada’ do UFC
A postura contrasta fortemente com a de Anderson Silva, um dos maiores nomes da história do MMA, que será o maior beneficiado individualmente no processo judicial.
Segundo o jornalista John S. Nash, o ‘Spider’ deve embolsar US$ 10,33 milhões, como parte do acordo de US$ 375 milhões firmado entre o UFC e mais de mil lutadores que competiram na organização entre 2010 e 2017.
Moicano lutou no UFC exatamente dentro desse recorte temporal e seria automaticamente elegível para a indenização. Ainda assim, preferiu ficar de fora por escolha própria.
“Na época, eu aceitei lutar por 8 mil para lutar e 8 mil para vencer. Eu precisava da chance. E eu aceitei esse risco. Não faria sentido agora reclamar e pegar esse dinheiro”, explicou.
O que é a ação antitruste?
A ação antitruste movida contra o UFC começou em 2014 e acusava a organização de práticas monopolistas que restringiram a concorrência no mercado e prejudicaram financeiramente os atletas. O acordo foi homologado em fevereiro de 2025 por um juiz federal dos EUA, e os valores começaram a ser distribuídos neste segundo semestre.
Entre os 1.067 lutadores contemplados, 35 receberão acima de US$ 1 milhão. O pagamento mais baixo registrado foi de pouco mais de US$ 16 mil. A média gira em torno de US$ 250 mil por atleta.