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El Cilindro: história, curiosidades e lenda do estádio do Racing que recebe o Flamengo
O Racing enfrenta o Flamengo nesta quarta-feira (29), no Estádio Presidente Perón — o tradicional El Cilindro — pela partida de volta da semifinal da Copa Libertadores. No duelo de ida, no Maracanã, o Rubro-Negro venceu por 1 a 0, com gol de Carrascal, e agora joga pelo empate para avançar à final.
O Estádio Presidente Perón, conhecido como El Cilindro, é a casa do Racing Club, um dos clubes mais tradicionais da Argentina. Inaugurado em 3 de setembro de 1950, o estádio tem capacidade para 55 mil torcedores e fica em Avellaneda, na região metropolitana de Buenos Aires.
A arena substituiu o antigo campo Alsina y Colón, fechado em 1947, e recebeu como primeiro jogo a vitória do Racing por 1 a 0 sobre o Vélez Sarsfield. O autor do primeiro gol foi o atacante Llamil Simes, apelidado de “Turco”.
Por que o El Cilindro é tão marcante na Argentina?
Durante a década de 1990, o estádio passou por reformas e ganhou cobertura, consolidando-se como um dos mais modernos do país na época. Hoje, é o quarto maior estádio argentino, atrás do Monumental de Núñez, do Mario Alberto Kempes e da Bombonera.
O recorde de público impressiona: 120 mil pessoas estiveram no local em 1967, na final da Copa Intercontinental entre Racing e Celtic — o maior público já registrado no futebol argentino.

Rivalidade e proximidade com o Independiente
O El Cilindro e o Estádio Libertadores de América, casa do Independiente, estão separados por apenas 200 a 400 metros. Essa curta distância faz do Clássico de Avellaneda uma das rivalidades mais intensas e geograficamente próximas do futebol mundial.
O túnel mais claustrofóbico da Argentina?
O acesso ao gramado é outro símbolo do estádio. Jogadores visitantes relatam a sensação de opressão ao percorrer o estreito túnel que leva do vestiário ao campo. O trajeto exige que os atletas desçam escadas e subam novamente dois níveis — passando um a um, sob o som ensurdecedor da torcida.
O El Cilindro é muito mais do que um estádio: é um símbolo de resistência, mística e paixão. Um palco que respira futebol e onde, mesmo após décadas, cada jogo parece escrever um novo capítulo da sua história.
O mito da maldição dos sete gatos
Após o título mundial de 1967, o Racing enfrentou 35 anos sem conquistas nacionais. A lenda diz que torcedores do rival Independiente, com a ajuda de uma bruxa e de um vigia do estádio, enterraram sete gatos mortos no gramado para amaldiçoar o clube.
Seis deles teriam sido colocados sob o gol e o sétimo em um ponto secreto. Coincidência ou não, a “maldição” durou até 2001, quando o Racing voltou a ser campeão argentino — justamente após reformas que revelaram o último gato enterrado.