Esportes
Entenda a relação entre a Seleção e Nossa Senhora de Aparecida
Padroeira do Brasil inspirou a cor da camisa azul usada no primeiro título mundial da Seleção, em 1958
O Dia de Nossa Senhora Aparecida é uma data marcada pela fé em todo o país. Para a Seleção Brasileira, porém, a devoção ultrapassa o campo religioso e entra para a história do futebol. Foi o manto azul da Padroeira que inspirou a cor do uniforme usado no primeiro título mundial do Brasil, em 1958.
O episódio mistura superstição, improviso e crença. A camisa azul, hoje chamada de “manto sagrado”, nasceu de uma decisão tomada às pressas, a milhares de quilômetros do Maracanã, e mudou para sempre a simbologia da Seleção.
Da superstição à fé que virou tradição
Na final da Copa do Mundo de 1958, o Brasil enfrentaria a Suécia, anfitriã do torneio. O regulamento determinava que o time da casa jogasse com o uniforme principal, e ambas as seleções usavam amarelo. Sobrou ao Brasil escolher outra cor.
O problema é que a camisa reserva, branca, era rejeitada pelos jogadores. Ela carregava o peso da derrota de 1950, no “Maracanaço”. Supersticiosos, os atletas se recusaram a vestir novamente a cor associada ao azar.
A missão de resolver o impasse caiu sobre Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação. Em meio à aflição, ele teria se ajoelhado para rezar e, ao se levantar, viu uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. O azul do manto da santa foi a inspiração imediata.
“Vamos vencer com a cor do manto de Nossa Senhora, a Padroeira do Brasil. É a cor da fé e da bênção!”, teria dito Paulo Machado de Carvalho ao grupo.
A profecia que mudou o destino da Seleção
Naquela noite, a comissão técnica comprou tecidos azuis em Estocolmo e costurou os escudos e números às pressas. O novo uniforme nasceu da fé e virou símbolo de confiança.
A profecia se cumpriu. O Brasil venceu a Suécia por 5 a 2 e conquistou o primeiro título mundial. Pelé, então com 17 anos, chorava com a camisa azul, símbolo de superação e esperança.
Desde aquele 29 de junho de 1958, o azul virou o uniforme reserva oficial da Seleção. A relação com Nossa Senhora Aparecida se consolidou e é lembrada até hoje, como neste domingo. No Santuário Nacional, camisas da Seleção – azuis e amarelas – são deixadas em agradecimento por vitórias e boas campanhas.
O “manto sagrado” representa mais do que uma cor. É a fusão de fé, tradição e futebol, um símbolo nacional que segue iluminando o caminho da Seleção Brasileira.
A última vez que o Brasil jogou de azul foi no dia 5 de junho. Na ocasião, como visitante, enfrentou em Equador e empatou em 0 a 0. O duelo marcou a estreia de Carlo Ancelotti.