Esportes
Flamengo denuncia preços abusivos e intimidação a torcedores no Castelão
Clube critica adversário do último sábado por valores desproporcionais e hostilidade nas arquibancadas
O Flamengo divulgou uma nota oficial contundente após o confronto contra o Fortaleza, na Arena Castelão, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, no último sábado. No comunicado, divulgado na tarde desta segunda-feira, o clube carioca criticou dois pontos que, segundo a direção, ferem o espírito esportivo. No caso, a cobrança abusiva de ingressos para visitantes. Também foram citados os atos de intimidação contra torcedores rubro-negros durante a partida.
Flamengo critica política de preços do Fortaleza
De acordo com o clube, o episódio de maior destaque ocorreu quando torcedores do Flamengo foram hostilizados em setores exclusivos da torcida mandante. A situação, registrada pela TV, ganhou repercussão nas redes sociais, logo depois do jogo, após o vídeo de uma torcedora do Fortaleza constrangendo dois espectadores – supostamente pai e filho – apenas por estarem vestidos de preto. Eles foram acusados de serem flamenguistas disfarçados mesmo sem estarem com a camisa do clube.
Logo depois, a segurança do estádio interveio. Com base em uma recomendação do Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudetor), os torcedores foram retirados do local e realocados no setor visitante. O órgão havia determinado que a Polícia Militar fiscalizasse o acesso de torcedores do time visitante nas áreas destinadas ao mandante, sob justificativa de segurança.
Nota oficial foi divulgada nesta segunda-feira
Além do episódio nas arquibancadas, o Flamengo direcionou críticas à política de ingressos do Fortaleza, alegando quebra do princípio de isonomia. Segundo o clube, a disparidade foi evidente: em um jogo realizado no Maracanã, o torcedor do Fortaleza pagou R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). No entanto, no Castelão, o torcedor rubro-negro desembolsou, em média, R$ 231,95.
O comunicado ressaltou que, embora representassem apenas 24% do público total, os flamenguistas foram responsáveis por mais de 70% da arrecadação de R$ 2,7 milhões. A diferença levou o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), vinculado ao MPCE, a instaurar um processo administrativo contra a SAF do Fortaleza, alegando prática abusiva e desproporcional.
Nota oficial do Flamengo
“UM FUTEBOL MAIS JUSTO, ACOLHEDOR E CIVILIZADO
O Clube de Regatas do Flamengo acredita em um futebol que emociona, une e inspira e que possa ser vivido com paixão e respeito, dentro e fora do campo. Por isso, reafirma seu compromisso com o fair play esportivo, com a civilidade nas arquibancadas e com o direito de todos os torcedores — do time da casa ou visitante — viverem o estádio como um espaço de entretenimento e convivência.
No Maracanã, o Flamengo recebe com respeito torcedores de todos os clubes. As zonas mistas, onde rubro-negros e visitantes assistem juntos às partidas, são prova de que é possível conviver em paz, com camisas diferentes e o mesmo amor pelo futebol. O Flamengo faz isso por convicção, e não por obrigação. Porque acredita que o futebol deve ser celebrado.
Infelizmente, o que se viu no Castelão, na partida entre Fortaleza e Flamengo, vai na contramão desse espírito.
A política de preços praticada para o setor visitante foi incompatível com o princípio da isonomia: enquanto os ingressos para o torcedor do Fortaleza custaram R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) no Maracanã, o torcedor rubro-negro pagou, em média, R$ 231,95 no Castelão — valor que fez com que a torcida visitante, mesmo representando apenas 24% do público, fosse responsável por mais de 70% da arrecadação total de R$ 2,7 milhões.
Além disso, durante o jogo, um episódio lamentável mostrou o quanto ainda é preciso evoluir. Uma torcedora do Fortaleza hostilizou e constrangeu dois espectadores que apenas vestiam camisas pretas — sem manifestações ou provocações — sob a acusação de que seriam rubro-negros. Ambos acabaram retirados do setor, em total desrespeito ao espírito esportivo.
É preciso promover um futebol mais justo, acolhedor e civilizado.
O Flamengo não aceita retrocessos e vai seguir defendendo um futebol melhor, dentro e fora de campo.”