PGR é acionada por vereador para investigar denúncias nos contratos da CBF e IDP

O vereador Guilherme Kilter (Novo), de Curitiba, apresentou uma notícia-crime ao Ministério Público, pedindo abertura de investigação criminal. Além disto, o vereador também pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos e a apuração dos contratos da Confederação Brasileira de Futebol e do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa. Kilter quer que seja investigada uma denúncia revelada pela revista Piauí, que envolve o ministro Gilmar Mendes, que é sócio e fundador do IDP, instituto parceiro comercial da CBF.

A revista mostrou que a CBF passou por momentos conturbados na Justiça nos últimos anos, que incluíram um bloqueio em suas contas e o afastamento temporário do presidente Ednaldo Rodrigues. De acordo com a publicação, a entidade gastou mais de R$ 24 milhões com advogados e acordos, tendo recurso obtido em tempo considerado recorde e um caso analisado por um parceiro comercial.

Um dos processos diz respeito ao bloqueio de R$ 52 milhões das contas da CBF em 2021, em virtude de uma ação do Icasa. O clube cearense, na ocasião, cobrava indenização alegando não ter subido à Série A, no ano de 2013, por erro da confederação.

Outro processo que gerou muita polêmica foi o afastamento de Ednaldo da presidência da CBF, em dezembro de 2023, alegando irregularidades encontradas na eleição. A entidade recorreu ao STF e pagou R$ 6,5 milhões ao escritório de Pedro Trengrouse, seu assessor jurídico.

No caso específico do afastamento, houve um sorteio da relatoria que levou o caso para análise do ministro Gilmar Mendes, que é parceiro comercial da CBF através do IDP. E o ministro não se declarou impedido de analisar o recurso, concedendo a liminar que reconduziu Ednaldo ao cargo em janeiro de 2024.

*A informação é do jornalista Lauro Jardim do Jornal O Globo