Esportes
Presidente do Flamengo ataca jornalista da Globo e gera revolta
BAP chama Renata Mendonça de “nariguda” ao rebater críticas sobre estrutura do time feminino
O presidente do Flamengo atacou jornalista da Globo e causou forte repercussão negativa nas redes sociais e no meio esportivo. Luiz Eduardo Baptista, o BAP, fez declarações ofensivas contra a jornalista Renata Mendonça, durante uma apresentação sobre as finanças do clube, realizada na última terça-feira (23).
Durante a fala, BAP se referiu à profissional da TV Globo de forma pejorativa ao comentar críticas feitas ao Flamengo sobre o futebol feminino. “Tem lá a nariguda da Globo que fica falando mal da gente”, disse o mandatário, em um trecho que rapidamente viralizou.
Críticas ao investimento no futebol feminino
Além disso, o dirigente rebateu diretamente os questionamentos sobre a diferença de estrutura entre os times masculino e feminino. Segundo ele, a responsabilidade financeira não pode recair apenas sobre os clubes. “Dá vontade de falar: convence a sua empresa a botar R$ 10 milhões por ano em direitos de transmissão”, afirmou.
Na sequência, BAP reforçou o discurso ao citar valores pagos pela Globo ao Campeonato Brasileiro. “O dinheiro da transmissão fica todo com a Globo. É justo?”, questionou, apontando dados exibidos em um telão durante a apresentação.
Vídeo expôs problemas estruturais no Flamengo
As críticas da jornalista tiveram origem em um vídeo publicado em outubro, em parceria com o portal Dibradoras, que mostrou a precariedade da estrutura destinada ao time feminino do Flamengo. As imagens revelaram vestiários deteriorados, com pisos quebrados, presença de lodo e identificação improvisada com papel A4.
Outro ponto que gerou indignação foi a qualidade da água da pia, que saiu com coloração marrom ao ser ligada. Além disso, o campo de treino utilizado pelas atletas possui dimensões inferiores às oficiais, cerca de 20 metros menor do que o padrão exigido.
Treinos divididos com lixo e falta de suporte médico
O vídeo também mostrou que as jogadoras dividem espaço com sacos de lixo no campo de treino. Já as áreas de academia e fisioterapia praticamente não existem, sendo que parte do atendimento físico é realizada em um bar improvisado.
Diante disso, especialistas e torcedores apontam que as críticas não dizem respeito apenas a investimento financeiro, mas também à gestão e prioridade institucional dada ao futebol feminino.
Repercussão negativa e debate ampliado
Por fim, a fala de BAP reacendeu o debate sobre machismo, responsabilidade social dos clubes e o papel das grandes emissoras na valorização do futebol feminino no Brasil. A postura do dirigente foi amplamente criticada por jornalistas, atletas e entidades ligadas à modalidade.
Até o momento, nem o Flamengo nem a TV Globo se manifestaram oficialmente sobre o episódio. O caso, no entanto, segue repercutindo e ampliando a pressão por mudanças estruturais no futebol feminino nacional.