Campeonato Brasileiro
Presidente do Sport admite risco na Ilha do Retiro e teme tragédia em jogos grandes
Yuri Romão revelou preocupação com a segurança na Ilha do Retiro e explicou por que o Sport levou o duelo contra o Flamengo para a Arena de Pernambuco
O presidente do Sport, Yuri Romão, afirmou que a Ilha do Retiro não comporta mais grandes jogos, revelando preocupação com a segurança do público em partidas de maior porte. A declaração veio após o clube vender a operação do confronto contra o Flamengo, que acontecerá na Arena de Pernambuco, no dia 15 de outubro.
Durante entrevista à Rádio Jornal, o dirigente explicou que a decisão de transferir o mando foi motivada por questões estruturais e pelo temor de incidentes no estádio. Segundo ele, qualquer dirigente que assumir o clube e realizar partidas com grandes públicos na Ilha pode “sair algemado no dia seguinte” caso algo grave aconteça.
Críticas da torcida e falha na comunicação
O negócio de R$ 3 milhões com uma empresa privada gerou forte reação negativa da torcida, que desejava ver o duelo com o Flamengo na Ilha do Retiro. Romão reconheceu que houve falha na comunicação com os torcedores, mas reforçou que a prioridade é a segurança dos rubro-negros.
Nos bastidores, a direção do Sport admite que a estrutura do estádio, inaugurado em 1937, já não atende aos padrões exigidos para receber partidas de grande porte. O local chegou a ficar dez meses fechado em 2023, quando passou por reformas avaliadas em R$ 10 milhões.
Problemas operacionais recentes
O presidente lembrou que, no jogo contra o Corinthians, em setembro, houve uma falha operacional que causou desconforto entre os torcedores. Segundo Romão, situações semelhantes quase ocorreram em partidas contra o Santos, demonstrando a limitação física da arena.
“A Ilha tem 88 anos. Já não conseguimos usar a capacidade total. É uma questão estrutural”, afirmou.
Após a atualização do Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), a capacidade autorizada passou de 26.345 para 27.325 pessoas, ainda abaixo da lotação máxima original de 32.500.
Planos de reforma e impasse no projeto

Mesmo diante das restrições, o clube mantém no radar o projeto de retrofit da Ilha do Retiro — uma ampla reforma estimada em R$ 620 milhões. O plano prevê R$ 170 milhões para modernização do estádio e R$ 450 milhões para revitalização do complexo esportivo.
Em março deste ano, o Sport e a Prefeitura do Recife firmaram um acordo de compensação ambiental referente ao projeto, mas, desde então, não houve avanços concretos na execução das obras.
Nota oficial e medidas realizadas
Em nota, o clube esclareceu que as intervenções realizadas no ano passado não ampliaram a capacidade do estádio, limitando-se à troca do gramado, modernização da iluminação, nova subestação de energia e melhorias nos banheiros e saídas de emergência — exigências para a disputa da Série A do Brasileirão
“O Sport Club do Recife esclarece sobre as intervenções realizadas na Ilha do Retiro (no ano passado, mencionadas neste texto) não foram feitas obras estruturais de aumento de capacidade e sim a troca do gramado, a construção de uma nova subestação de energia, a troca do sistema de iluminação, essa uma obrigatoriedade para a disputa da Série A, além de melhorias em banheiros e ajustes de algumas saídas de emergência a pedido do Corpo de Bombeiros”.