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Gastronomia

Por que o preço do queijo e do polvilho tem subido no Brasil?

Entenda os fatores que vão da produção no campo à logística e que impactam o valor dos ingredientes do pão de queijo no supermercado

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Pães de queijo tradicionais: ingredientes como polvilho e queijo. apresentaram oscilações de preço em 2025, com o polvilho mantendo-se em patamares elevados devido à baixa oferta de mandioca. Créditos: depositphotos.com / odumazza

O tradicional pão de queijo, um clássico da culinária brasileira, tem pesado mais no bolso de quem o prepara em casa. Os principais ingredientes da receita, o queijo e o polvilho, registraram altas nos supermercados em 2025, e a explicação para isso envolve uma cadeia de fatores que começa muito antes de os produtos chegarem às prateleiras.

A jornada dos preços mais altos tem início no campo, com desafios que afetam diretamente os produtores rurais. Entender cada um desses elos ajuda a esclarecer por que uma simples fornada de pão de queijo pode custar mais caro em todo o Brasil.

O que afeta o preço do queijo?

A alta do queijo está diretamente ligada ao custo de sua matéria-prima principal: o leite. Os pecuaristas têm enfrentado um aumento nos custos de produção, principalmente com a alimentação do rebanho. O preço de insumos como milho e soja, base para a ração, apresentou tendência de alta em períodos recentes.

Fatores climáticos também desempenham um papel crucial. Eventos passados, como períodos de seca em importantes bacias leiteiras como as de Minas Gerais e Goiás, podem prejudicar a qualidade das pastagens. Com menos pasto disponível, a produção de leite por animal tende a cair, o que diminui a oferta geral no mercado.

Essa combinação de custos elevados para o produtor e menor oferta de leite pressiona o preço do litro para a indústria. Consequentemente, o valor tende a ser repassado para toda a cadeia de laticínios, incluindo os queijos mais usados no pão de queijo, como o minas padrão, a muçarela e o parmesão.

E por que o polvilho ficou mais caro?

O cenário para o polvilho, derivado da mandioca, é semelhante. A raiz da questão, literalmente, está na lavoura. A oferta de mandioca foi impactada em safras recentes por condições climáticas desfavoráveis em diversas regiões produtoras, o que comprometeu parte da produção e reduziu a disponibilidade do produto.

Além disso, uma tendência observada em safras passadas foi a redução da área de plantio da mandioca por agricultores que optaram por culturas consideradas mais rentáveis. Como resultado, a colheita pode se tornar insuficiente para atender à demanda da indústria alimentícia e do consumidor final, pressionando os preços.

Como a mandioca possui um ciclo de cultivo mais longo, a recuperação da oferta é um processo lento. Enquanto a produção não se normaliza, o preço do polvilho, tanto o doce quanto o azedo, tende a se manter em patamares elevados.

Dados de custo por receita em janeiro de 2025 mostram que fazer pão de queijo em casa pode custar R$ 1,23 por unidade, considerando insumos como 250g de cada tipo de polvilho, 250g de queijo meia cura, ovos, leite e óleo.

Somam-se a isso os custos logísticos, como transporte e embalagem, que também registraram aumentos e são incorporados ao valor final na gôndola. Assim, a dupla de ingredientes essenciais para um bom pão de queijo reflete no carrinho de compras os desafios que vêm do campo e da estrada.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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