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Internacional

Irã assume responsabilidade pela queda de avião civil ucraniano

Aeronave teria sido confundido com um míssil de cruzeiro

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Segundo Hassan Rouhani, tratou-se de “uma grande tragédia e um erro imperdoável”
(Foto: Reprodução)

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, admitiu, neste sábado, a responsabilidade pelo abatimento do avião civil ucraniano, que vitimou 170 passageiros e seis tripulantes, na última quarta-feira. Rouhani disse que o país “lamenta profundamente”, além de garantir que tratou-se de “uma grande tragédia e um erro imperdoável”.

Rouhani foi informado do resultado das investigações, na última sexta-feira, e exigiu que a informação fosse tornada pública. O avião teria sido confundido com um míssil de cruzeiro. “O inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados devido a erro humano provocaram a queda horrível do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes”, admitiu Hassan Rouhani, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

Em um segunda postagem, Rouhani diz que o Irã “lamenta profundamente esse erro desastroso”. “Os meus pensamentos e orações vão para todas as famílias de luto. Ofereço as minhas mais sinceras condolências”, acrescentou.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif, apresentou “as desculpas” do país pela catástrofe envolvendo o Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines, depois de as forças armadas terem igualmente reconhecido que o avião foi abatido por erro.

“Dia triste”, escreveu Mohammmad Javad Zarif no Twitter. Um “erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo norte-americano levaram ao desastre”, acrescentou. “O nosso profundo arrependimento, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias das vítimas e às outras nações afetadas” pelo drama, completou o ministro.

O Estado-maior das forças armadas do Irã garantiu à população do país que “o responsável” pela tragédia do Boeing, abatido na quarta-feira, nos arredores de Teerã, vai ser imediatamente apresentado à Justiça militar. “Garantimos que ao realizar reformas fundamentais nos processos operacionais ao nível das forças armadas, vamos tornar impossível a repetição de tais erros”, acrescentou, em comunicado.

A agência de notícias iraniana Fars adiantou que o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, foi informado das conclusões das forças armadas na última sexta-feira e, depois de uma reunião com a cúpula de segurança do país, decidiu que a informação deveria ser anunciada publicamente. Em uma nota publicada em sua página na internet, ele exortou que se faça o necessário para “evitar a repetição de acidentes”, eliminando qualquer tipo de negligência. Ele também apelou às forças armadas que “investiguem as prováveis falhas e culpas no doloroso incidente”.

Mais cedo, a televisão estatal iraniana difundiu uma declaração militar que atribuía o abate da aeronave a um erro. O avião ucraniano voou perto de “um centro militar sensível” da Guarda Revolucionária. Devido às tensões com os Estados Unidos, os militares estavam no nível mais elevado de prontidão.

O aparelho foi abatido por um míssil de curta distância, de acordo com o responsável da divisão aérea Amirali Hajizadeh, dizendo que o míssil explodiu ao lado do avião. Um soldado teria disparado sem ordem devido a um “congestionamento de telecomunicações”. “Quem me dera poder morrer e não assistir a um acidente como este”, declarou Hajizadeh.

Anteriormente, o Irã negava que um míssil fosse responsável pelo acidente. No entanto, os Estados Unidos e o Canadá afirmaram, citando informações dos respectivos serviços de segurança, que o acidente foi causado por um míssil iraniano. O jornal estadunidense New York Times chegou a divulgar um vídeo do momento em que o míssil atingia o avião.

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