Capital Fluminense
Nova audiência do caso Henry Borel é marcada por desentendimentos e bate-bocas
Sessão durou aproximadamente 12 horas e terminou já no fim da noite dessa quarta-feira (01º)
Terminou no fim da noite dessa quarta-feira (01º), na sede do Tribunal de Justiça do Rio, mais uma audiência de instrução e julgamento do caso Henry Borel. Nesta nova sessão, que durou aproximadamente 12 horas, prestaram depoimento o perito criminal Leonardo Tauil e o assistente técnico Sami El Jundi, contratado pela defesa do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho.
O primeiro a ser ouvido foi o perito do Instituto Médico Legal (IML) que fez a necropsia no corpo de Henry. Ao longo de quatro horas de depoimento, ele respondeu questionamentos sobre os laudos e apontou como “extremamente improvável” a hipótese de que as lesões que Henry teve na cabeça seriam fruto de uma queda.
Assim como a sessão como um todo, este depoimento foi marcado por alguns desentendimentos e por ânimos exaltados entre os advogados de defesa, a promotoria e a juíza responsável Elizabeth Machado Louro.
A primeira confusão envolveu o advogado de Jairinho Cláudio Dalledone e o assistente de acusação Cristiano Medina da Rocha. Após se estranharem algumas vezes, os dois travaram uma discussão acalorada no meio da sessão e precisaram ser separados por um policial.
Já a segunda confusão também envolveu o advogado Cláudio Dalledone e ocorreu após ele questionar a forma como a juíza responsável estava encaminhando as perguntas ao perito criminal. A partir disso, houve uma discussão e a magistrada chegou a ameaçar suspender o advogado de Jairinho da sessão. Ela ainda afirmou que se ele não tivesse satisfeito poderia chamar a polícia para prendê-la.
Pouco depois deste último episódio, o depoimento de Leonardo Tauil foi encerrado e a sessão entrou em intervalo. Durante a pausa, o advogado Cláudio Dalledone conversou com a imprensa rapidamente e destacou que irá acionar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a magistrada.
Após uma hora de intervalo, a sessão foi retomada com o segundo depoimento do dia, o do assistente técnico Sami El Jundi. Ao longo das quase sete horas de interrogatório, o perito contratado pela defesa de Jairinho fez uma série de críticas aos lados de necropsia, questionou a falta de elementos descritivos e apresentou indícios que poderiam supostamente embasar a teoria de que Henry teria caído da cama.
Novamente, durante este depoimento, houve confusão no plenário. Um dos assistentes de acusação se queixou de que o depoente, o perito Sami El Jundi, estaria rindo das perguntas feitas pelo advogado Renan Pacheco Canto, um dos membros da defesa do ex-vereador Jairinho.
Para o assistente de acusação, a atitude seria um desrespeito principalmente com a vítima, o menino Henry Borel. A reclamação gerou um bate-boca entre as partes.
No meio da confusão, a juíza deixou o plenário por alguns minutos enquanto a defesa de Jairinho se manifestava. Este ato da magistrada causou indignação e o advogado Cláudio Dalledone, integrante da defesa de Jairinho, afirmou querer uma representação sobre tal “desrespeito”. Ele pediu que a situação constasse nos autos.
Ao voltar ao plenário, a magistrada faz o mesmo. Ela ainda disse que a situação em questão era fruto de “provocações reiteradas e ameaças recorrentes” com relação a imparcialidade dela como juíza do caso.
Após este segundo e último interrogatório, a juíza Elizabeth Machado Louro ainda leu no plenário um requerimento feito pela defesa de Jairinho para um novo depoimento das médicas que atenderam Henry no Hospital Barra D’or, para o envio de uma radiografia da criança e um depoimento do médico radiologista que o atendeu. O Ministério Público, no entanto, se colocou contrário aos pedidos, que acabaram sendo rejeitados.
A próxima audiência de instrução e julgamento do caso Henry Borel está prevista para o dia 13 deste mês. Na oportunidade, o ex-vereador Jairinho será ouvido pela primeira vez. Inicialmente, Monique Medeiros também havia sido convocada, mas pediu dispensa por já ter prestado depoimento e alegar não ter mais nada a acrescentar.