O Tribunal do Júri da Capital decidiu afastar o dolo eventual e acolher a tese de homicídio culposo no processo que apura a morte de Johnatha de Oliveira Lima, de 19 anos, ocorrida em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, em 2014. O acusado pelo crime é o policial militar Alessandro Marcelino de Souza. A sentença foi proferida na noite desta quarta-feira (6º/3), pela presidente do júri, juíza Tula Corrêa de Mello.
Como o Tribunal do Júri tem competência para julgar somente crimes dolosos contra a vida, o processo seguirá para a Justiça Militar. A decisão revoltou a família de Johnatha, que esperava que a decisão condenasse o PM por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Durante o julgamento, quatro testemunhas de acusação e quatro de defesa foram ouvidas pela juíza.
Entre as testemunhas de acusação, estava a de Johnatha, Patrícia de Oliveira, que disse que o jovem tinha vontade de seguir a carreira no exército e era apaixonado pela namorada.
Já na defesa do PM, a sargento Larissa Elaine da Rocha depôs. Ela disse que os policiais foram à comunidade após receberem uma denúncia sobre um ponto de tráfico. Ao chegarem ao local, houve confronto com os traficantes. Larissa afirmou que viu Jonathan com uma pistola, atirando contra os policiais.
O Ministério Público apontou contradição na fala de Larissa Rocha. Na audiência ela teria negado ter visto Johnatha armado. No entanto, no julgamento, ela afirmou que o rapaz portava uma arma e que atirou contra policiais.
Johnatha foi morto com um tiro nas costas durante uma operação policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos, em maio de 2014. O policial acusado pelo assassinato disse estava em patrulhamento pela localidade do Barrinho quando ele e outros agentes se depararam com criminosos armados, iniciando um confronto.
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