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Alta de 25,1% nos leilões de imóveis marca 2025 no Brasil

Oferta supera 116 mil imóveis no período, impulsionada por inadimplência acima de 3% e juros básicos em 15% ao ano.

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O mercado de leilões de imóveis vive uma fase de expansão contínua. Dados do primeiro semestre de 2025: 116,6 mil imóveis foram ofertados em leilões no país, crescimento de 25,1% em relação ao mesmo período de 2024. O avanço ocorre no contexto de alta inadimplência no financiamento imobiliário; mesmo estando próxima do piso histórico, sua taxa média cresceu 0,6% entre janeiro e julho de 2025, após queda de 1% no mesmo período de 2024, somada a taxa básica de juros em 15% ao ano, conforme o Boletim Focus do Banco Central, uma combinação que pressiona mutuários e reforça a força dos leilões na recuperação de crédito.

O aumento do volume ofertado reflete a intensificação do uso dos leilões como instrumento de recuperação de crédito por instituições financeiras. Informações disponíveis na página institucional da Caixa Econômica Federal dedicada à venda de imóveis mostram a manutenção permanente de milhares de ativos disponíveis para alienação por meio de leilões e licitações abertas, evidenciando a recorrência dessa modalidade como parte do funcionamento regular do mercado imobiliário brasileiro.

Para o leiloeiro público oficial Gian Braggio, com 24 anos de atuação em leilões judiciais e extrajudiciais, o crescimento observado em 2025 reforça uma mudança estrutural no setor. Segundo ele, os leilões deixaram de ser utilizados apenas em situações pontuais para se consolidarem como um mecanismo permanente de liquidação de ativos imobiliários. “O leilão passou a integrar a dinâmica regular do mercado imobiliário, exigindo dos participantes análise técnica, compreensão das regras e planejamento financeiro, e não apenas a busca por preços inferiores”, explica o leiloeiro.

Tradicionalmente associado a investidores profissionais, o ambiente dos leilões passou a atrair também famílias interessadas na compra da casa própria. A possibilidade de aquisição com valores abaixo da média de mercado, aliada a regras mais claras sobre prazos, pagamentos e responsabilidades, ampliou o interesse de compradores que antes restringiam suas buscas ao mercado imobiliário convencional. O aumento do volume de imóveis arrematados ocorre em um contexto de maior disseminação de informações sobre o funcionamento dos leilões. Maior transparência nos editais e a digitalização dos processos contribuíram para reduzir barreiras de entrada, aproximando pessoas comuns desse tipo de aquisição.

Outro fator relevante é a diversificação do perfil dos imóveis ofertados. Além de ativos oriundos de execuções judiciais, os leilões passaram a concentrar imóveis provenientes de recuperações bancárias, liquidações patrimoniais e ajustes de portfólio de grandes instituições com descontos que chegam a 85% em relação ao mercado, ampliando o leque de opções e reduzindo a percepção de risco generalizado.

Na avaliação de Braggio, os leilões passaram a operar de forma regular dentro do mercado imobiliário, deixando de ser associados exclusivamente à busca por preços baixos. Segundo ele, o avanço do setor reforça a necessidade de profissionalização dos compradores. “Quem participa precisa compreender regras, prazos e custos envolvidos, tratando a aquisição como uma decisão patrimonial estruturada, e não como uma oportunidade ocasional”, afirma.

O cenário observado ao longo de 2025 indica que os leilões imobiliários devem manter relevância em 2026, consolidando-se como alternativa integrada ao mercado imobiliário formal. O avanço da governança, da transparência e da previsibilidade dos processos tende a ampliar o papel dos leilões tanto na recuperação de crédito quanto no planejamento patrimonial de famílias e investidores, com impactos diretos sobre a dinâmica do setor no médio e longo prazo.

Website: http://www.metodobraggio.com.br

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