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Deportação de imigrantes legalizados e briga com Harvard: entenda polêmicas do governo Trump
Ações controversas intensificam questões envolvendo liberdade de expressão e levam manifestantes as ruas
O governo do presidente Donald Trump voltou ao centro das atenções com medidas que geraram forte repercussão nos Estados Unidos e no exterior. A deportação de estrangeiros legalizados no país gerou protestos nas ruas americanas. Enquanto isso, o governo trava uma batalha com Harvard após a universidade negar acabar com programas de diversidade.
Nesta segunda-feira (14), agentes federais prenderam o estudante Mohsen Mahdawi, da Universidade de Columbia, enquanto ele comparecia a uma entrevista para obtenção de nacionalidade. O jovem, residente legal nos EUA desde 2015, é cofundador de um grupo pró-Palestina na universidade e, segundo advogados, sua detenção está ligada a protestos realizados no ano passado.
Repressão à liberdade de expressão?
Além de Mahdawi, outras estudantes estrangeiras, como Rumeysa Ozturk (Turquia) e Yunseo Chung (Coreia do Sul), também foram detidas, gerando acusações de repressão à liberdade de expressão e perseguição política. Um juiz federal já emitiu uma ordem impedindo a deportação imediata de Mahdawi enquanto o caso é reavaliado.
Outro caso que gerou protestos ocorreu com Kilmar Abrego Garcia, imigrante com autorização de trabalho nos EUA e deportado para El Salvador sob acusação de envolvimento com gangues, mesmo sem provas apresentadas. A Suprema Corte ordenou seu retorno, mas o governo Trump resiste à decisão, gerando um impasse diplomático com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele.
Polêmica com Harvard
Além das tensões imigratórias, o governo anunciou o congelamento de US$ 2,2 bilhões em subsídios à Universidade de Harvard. A medida veio após a instituição recusar cumprir exigências da Casa Branca para extinguir cotas raciais, programas de diversidade e revisar os critérios de admissão de estudantes estrangeiros. A universidade reagiu, acusando o governo de ultrapassar os limites legais e ameaçar a autonomia universitária garantida pela Suprema Corte.
Segundo a Força-Tarefa Conjunta de Combate ao Antissemitismo, a negativa de Harvard “demonstra um desrespeito às condições legais do investimento federal”. A medida pode afetar até US$ 9 bilhões em verbas federais destinadas à instituição. A universidade, no entanto, afirma que “Harvard continua aberta ao diálogo […] No entanto, não está disposta a concordar com exigências que ultrapassem a autoridade legal desta ou de qualquer outra administração”.
Os episódios refletem o endurecimento do governo Trump em pautas sensíveis como imigração, diversidade e liberdade de expressão, e já provocam reações de parlamentares, juristas e defensores de direitos civis em todo o país.