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Em discurso na ONU, Bolsonaro garante que Amazônia está ‘praticamente intocada’

Na manhã desta terça-feira, o presidente brasileiro abriu a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, com um pronunciamento que durou cerca de 30 minutos

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Na manhã desta terça-feira, o presidente brasileiro abriu a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, com um pronunciamento que durou cerca de 30 minutos
(Foto: Reprodução)

Primeiro líder a discursar na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), criticou os governos de Cuba e Venezuela, além de ter afirmado que a Amazônia está “praticamente intocada”. “Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo. Um Brasil que está sendo reconstruído a partir dos anseios e dos ideais de seu povo”, iniciou Bolsonaro, que demorou cerca de 30 minutos em sua fala.

“No meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo, diminuindo o desemprego, a violência e o risco para os negócios, por meio da desburocratização, da desregulamentação e, em especial, pelo exemplo. Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições”, prosseguiu o presidente.

Na sequência, Bolsonaro designou boa parte de seu discurso para criticar os governos que o antecederam e as relações deles com Cuba e Venezuela: “Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional”. “Um verdadeiro trabalho escravo, acreditem… Respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU!”, continuou. “A Venezuela, outrora um país pujante e democrático, hoje experimenta a crueldade do socialismo. O socialismo está dando certo na Venezuela! Todos estão pobres e sem liberdade!”, completou o presidente.

“O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser combatido”, frisou Bolsonaro ainda. Principal assunto do encontro, a Amazônia só foi citada pelo líder brasileiro após cerca de sete minutos de discurso.

“Meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e riquezas minerais. Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece praticamente intocada. Prova de que somos um dos países que mais protegem o meio ambiente”, defendeu.

A questão da Amazônia

Sobre os incêndios que atingiram recentemente a região, Bolsonaro minimizou os impactos: “Nesta época do ano, o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem também queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e forma de sobrevivência”. “Problemas qualquer país os tem. Contudo, os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico”, alegou.

O presidente ainda afirmou: “É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”.

Direitos humanos e combate à criminalidade

Ainda durante seu discurso, Bolsonaro falou sobre os direitos humanos: “O Brasil reafirma seu compromisso intransigente com os mais altos padrões de direitos humanos, com a defesa da democracia e da liberdade, de expressão, religiosa e de imprensa. É um compromisso que caminha junto com o combate à corrupção e à criminalidade, demandas urgentes da sociedade brasileira”.

Em seguida, o presidente destacou em sua fala o trabalho feito no combate aos “terroristas” e enalteceu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro: “Há pouco, presidentes socialistas que me antecederam desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento, tudo por um projeto de poder absoluto. Foram julgados e punidos graças ao patriotismo, perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o Dr. Sérgio Moro”.

‘Só sobrevivi por um milagre de Deus’, afirma Bolsonaro

Para encerrar seu discurso, Bolsonaro novamente voltou a comentar acerca da questão ideológica: “A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que Ele nos revestiu. E, com esses métodos, essa ideologia sempre deixou um rastro de morte, ignorância e miséria por onde passou”. A facada da qual foi vítima, durante a corrida presidencial do ano passado, também foi relembrada: “Sou prova viva disso. Fui covardemente esfaqueado por um militante de esquerda e só sobrevivi por um milagre de Deus. Mais uma vez agradeço a Deus pela minha vida”.

“Nas questões do clima, da democracia, dos direitos humanos, da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, e em tantas outras, tudo o que precisamos é isto: contemplar a verdade, seguindo João 8,32: ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’. Todos os nossos instrumentos, nacionais e internacionais, devem estar direcionados, em última instância, para esse objetivo. Não estamos aqui para apagar nacionalidades e soberanias em nome de um “interesse global” abstrato. Esta não é a Organização do Interesse Global! É a Organização das Nações Unidas. Assim deve permanecer! Com humildade e confiante no poder libertador da verdade, estejam certos de que poderão contar com este novo Brasil que aqui apresento aos senhores e senhoras. Agradeço a todos pela graça e glória de Deus!”, concluiu.

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