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Estudante de doutorado turca é libertada nos EUA após ser presa por 45 dias
Rümeysa Öztürk criticou postura da universidade sobre Gaza e teve visto cancelado por supostas “atividades políticas”A estudante turca Rümeysa Öztürk, de doutorado na Universidade Tufts, em Massachusetts, foi libertada após passar 45 dias presa em um centro de detenção de imigrantes na Louisiana, nos Estados Unidos. A decisão da Justiça americana ocorreu na sexta-feira (9), com o entendimento de que a prisão violava direitos constitucionais de liberdade de expressão.
O caso gerou repercussão internacional e provocou críticas às políticas de imigração adotadas durante o governo Trump. Öztürk, segundo seus apoiadores, foi detida após publicar um artigo de opinião que criticava a postura da universidade frente à guerra em Gaza. Ela teve o visto revogado por suposta atuação política considerada “contrária aos interesses nacionais”.
O que levou à prisão da estudante?
A detenção de Öztürk ocorreu sob o argumento de envolvimento com “atividades políticas disruptivas”. Ela integra um grupo de mais de 300 estrangeiros que tiveram vistos cancelados sob as normas do Departamento de Estado durante a gestão republicana, focada em reprimir manifestações e críticas políticas de estrangeiros.
Em entrevista à imprensa no sábado (10), após retornar a Massachusetts, a estudante declarou: “Perdi minha liberdade e minha educação durante um período crucial para meus estudos de doutorado.”
A prisão provocou protestos de ativistas e colegas universitários que apontaram retaliação política e cerceamento à liberdade de expressão acadêmica.
O que diz a decisão da Justiça americana?
O juiz William Sessions, do Tribunal Distrital dos EUA em Vermont, foi o responsável por conceder liberdade à estudante. Em sua sentença, destacou que havia indícios claros de violação da Primeira Emenda, que garante a liberdade de expressão, e criticou a falta de fundamentos consistentes para manter a detenção.
Apesar da liberação, a situação migratória de Rümeysa ainda não está totalmente resolvida, e ela poderá enfrentar novos processos administrativos relacionados ao visto.
Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, defendeu a política, afirmando que os cancelamentos de vistos atingem pessoas ligadas a movimentos que, segundo ele, promovem “atividades ilegais e perigosas para a ordem pública”.