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EUA anunciam cancelamento de vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos
Departamento de Estado anunciou restrições a ex-integrantes do programa, acusando-o de facilitar trabalho forçado de médicos cubanos
Os Estados Unidos anunciaram o cancelamento de vistos de funcionários e ex-funcionários ligados ao Programa Mais Médicos. O secretário de Estado Marco Rubio declarou nas redes sociais que o programa representou um “golpe diplomático” e um esquema para driblar sanções contra Cuba.
O Departamento de Estado informou que foram revogados os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. Sales, que atuou na implementação do Mais Médicos, permanece no Ministério da Saúde como secretário de Atenção Especializada. Kleiman, por sua vez, é coordenador-geral para a COP30 na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Segundo a acusação, os dois teriam usado a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para contornar as sanções dos EUA a Cuba. Rubio afirmou que a decisão faz parte de uma ofensiva mais ampla que pode atingir outros países, incluindo Granada e nações africanas.
O cancelamento de vistos ocorre semanas após os EUA revogarem vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República Paulo Gonet, todos classificados por Washington como “aliados” de Alexandre de Moraes, que também foi sancionado pela Lei Magnitsky.
Histórico do Mais Médicos
Criado em 2013, o programa buscava ampliar a presença de médicos em áreas remotas do Brasil. Durante anos, contou com milhares de profissionais cubanos, até a saída em 2018 após mudanças contratuais e críticas do então presidente eleito Jair Bolsonaro.
O programa foi substituído em 2019 pelo Médicos pelo Brasil, mas em 2023 o governo Luiz Inácio Lula da Silva retomou o Mais Médicos, que segue ativo.