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Mistério trágico envolvendo cientista na Antártida é solucionado após 66 anos

Retração de geleira expõe corpo e objetos de meteorologista perdido em missão científica na década de 1950

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Antártida - Créditos: depositphotos.com / MarcAndreLeTourneux

A busca por Dennis Bell, meteorologista britânico desaparecido em 1959, finalmente teve um desfecho. O corpo do cientista foi descoberto após mais de seis décadas, quando o recuo de uma geleira na Baía do Almirantado, na Antártida, expôs os restos mortais junto a mais de 200 objetos pessoais.

Bell, então com apenas 25 anos, caiu em uma fenda coberta por neve durante uma expedição e nunca mais foi visto. A descoberta dos vestígios foi feita por cientistas poloneses, que identificaram equipamentos antigos como relógio de pulso, bastões de esqui, lanterna e partes de um rádio de comunicação.

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Créditos: depositphotos.com / Denis Burdin

O caso de Dennis Bell também chama atenção para o avanço acelerado do aquecimento global. Segundo o Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras (WGMS), as perdas anuais médias aumentaram de -171 mm por ano na década de 1980 para impressionantes -889 mm nos anos 2010.

De acordo com o glaciologista Mauri Pelto, os dados — compilados no relatório State of the Climate in 2019 e atualizados até 2025 — mostram que o planeta está enfrentando um colapso glacial sem precedentes, com impactos diretos em paisagens antes imutáveis, como as da Antártida.

Como o corpo foi identificado depois de tanto tempo?

Os materiais foram recolhidos e transportados até o navio de pesquisa Sir David Attenborough. De lá, seguiram para as Ilhas Malvinas e depois para Londres, com apoio da Força Aérea Real. Testes de DNA comprovaram que os restos pertenciam a Bell, graças à compatibilidade genética com amostras de seus irmãos.

Para a família, o reencontro simbólico foi inesperado. David Bell, irmão do cientista, revelou estar “chocado e maravilhado” com a confirmação da identidade do irmão, e agradeceu aos pesquisadores envolvidos pela resolução do caso.

Objetos encontrados com Dennis Bell:

  • Relógio de pulso com gravação
  • Faca de origem sueca
  • Bastões de esqui
  • Equipamento de rádio
  • Lanterna
  • Parte de cachimbo

Quem foi Dennis “Tink” Bell e como morreu?

Nascido no noroeste de Londres, Bell serviu na Força Aérea Real como operador de rádio antes de ser enviado à Antártida em 1958. Ele integrava uma pequena equipe que vivia em condições extremas na Baía do Almirantado, região onde o mar congela por até nove meses ao ano.

O acidente fatal ocorreu durante uma missão geológica. Bell avançou na frente do grupo para animar os cães e acabou caindo em uma fenda coberta por neve. Seu colega Jeff Stokes tentou resgatá-lo, mas a corda se rompeu e ele caiu novamente. Após 12 horas de tentativas e diante de uma forte nevasca, o resgate foi interrompido.

Reconhecimento e legado polar

A diretora do Serviço Britânico de Pesquisa Antártica, Dame Jane Francis, destacou que Bell simboliza os primeiros capítulos da exploração científica polar. A área onde ele morreu foi batizada com seu nome. A retração da geleira, intensificada nos últimos anos, foi crucial para a revelação dos restos mortais e dos objetos da expedição.