Novo papa Leão XIV, Robert Prevost já foi acusado de acobertar abusos no clero

Recém-eleito como papa Leão XIV, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, assume o trono de Pedro sob a sombra de denúncias graves de acobertamento de abusos sexuais no clero. O religioso, conhecido por sua proximidade com o papa Francisco, enfrenta acusações de omissão tanto nos Estados Unidos quanto no Peru, onde atuou como bispo.

Leão XIV é o primeiro papa nascido nos EUA e foi escolhido mesmo com seu nome envolvido em polêmicas. Em 2024, ele e o cardeal Blaise Cupich foram citados em denúncias que indicavam falhas na condução de casos de abuso, cometidos por padres agostinianos nas décadas de 1980 e 1990, em Chicago.

O que pesa contra Leão XIV nas acusações de encobrimento?

Durante seu período como bispo de Ciclayo, no norte do Peru, três religiosas o acusaram de não tomar providências diante de denúncias de abuso sexual envolvendo dois padres. Segundo a diocese, Prevost orientou as vítimas a procurarem a justiça civil, mas o processo canônico foi interrompido após o caso ser arquivado pela Justiça, por prescrição.

Apesar da gravidade das alegações, sua atuação pastoral no Peru, voltada para migrantes e populações marginalizadas, agradou ao papa Francisco, que o levou a Roma em 2023 e o nomeou prefeito do Dicastério para os Bispos, função-chave no Vaticano.

Como o novo papa lidou com outras crises na Igreja?

Em 2023, Prevost teve papel central na mediação do chamado caminho sinodal alemão, que ameaçava provocar um cisma interno por propor reformas amplas. Com habilidade diplomática, conseguiu trazer o debate de volta à ortodoxia católica, sem provocar rupturas com as dioceses envolvidas.

Mesmo considerado um nome reservado e ponderado, o novo pontífice começa seu papado com uma mancha no histórico, enfrentando cobranças por transparência e respostas claras às antigas denúncias. Sua eleição, no entanto, indica que o Colégio de Cardeais apostou em sua continuidade com o legado de Francisco.