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“Surpreendente”, diz Trump sobre decisão do STF contra Bolsonaro
Ex-presidente dos EUA disse estar surpreso com decisão do STF, enquanto Marco Rubio prometeu reação contra o que chamou de “caça às bruxas”
A condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu no cenário internacional. Nesta quinta-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “surpreso” com a decisão e comparou a situação do ex-presidente brasileiro com processos judiciais que ele mesmo enfrentou.
“Eu achei que ele foi um bom presidente do Brasil. E é muito surpreendente que isso possa acontecer. Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem”, declarou Trump ao deixar a Casa Branca.
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete aliados por tentativa de golpe de Estado. O resultado foi fechado nesta quinta, e a definição das penas deve ocorrer nesta sexta-feira (12).

Reações dos EUA à decisão do STF
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, publicou no X (antigo Twitter) que os Estados Unidos “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, atacando o ministro Alexandre de Moraes e classificando a decisão como injusta.
A reação não é isolada. Na terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que os EUA estão dispostos a “usar meios militares” para proteger a liberdade de expressão no mundo, citando diretamente o julgamento de Bolsonaro.
Histórico de atritos recentes
- Em julho, Trump enviou carta a Lula anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados.
- Na ocasião, justificou a medida pelo que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
- Também determinou investigação comercial contra o Brasil, alegando práticas desleais.
- Agora, com a condenação, o discurso de pressão foi retomado por figuras-chave do governo norte-americano.
Sem citar diretamente os EUA, o Itamaraty divulgou nota nesta semana criticando o uso de sanções econômicas ou ameaças militares como forma de pressão, reafirmando a soberania da democracia brasileira.