Tensão entre Lula e Trump explode e ganha destaque internacional

A recente decisão do presidente Donald Trump de impor uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros ganhou ampla repercussão na imprensa internacional, revelando uma crescente crise diplomática entre Estados Unidos e Brasil. A medida, segundo os jornais estrangeiros, seria uma retaliação direta ao governo Lula, acusado por Trump de perseguir seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Veículos como o The Guardian (Reino Unido), El País (Espanha), El Clarín e La Nación (Argentina), além dos norte-americanos The Washington Post e The New York Times, deram destaque de primeira página à escalada de tensão entre os dois países.

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Como a mídia internacional interpretou a decisão de Trump?

O The Guardian relatou que Trump justificou a medida em carta nas redes sociais, afirmando que o governo brasileiro estaria promovendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Já o El País destacou que a sobretaxa seria uma resposta política ao julgamento do ex-presidente Bolsonaro, acusado de tentar derrubar a democracia ao liderar um suposto golpe.

Na Argentina, o El Clarín noticiou: “Trump impõe 50% nas tarifas ao Brasil, agravando disputa com Lula”, enquanto o La Nación usou o título “Briga aberta entre dois pesados”, evidenciando o caráter pessoal do embate entre Trump e Lula.

Por que China, Rússia e Irã ignoraram o caso?

Enquanto a crise ecoava no Ocidente e na América Latina, veículos oficiais de China, Irã e Rússia, como a agência russa Tass e a chinesa Xinhua, não noticiaram a retaliação americana. Especialistas sugerem que o silêncio pode estar relacionado ao fuso horário — a decisão de Trump foi divulgada à noite no Brasil, ou já madrugada nesses países —, além da postura diplomática mais reservada dos membros do Brics, bloco do qual o Brasil faz parte.

A NBC News, dos Estados Unidos, completou a cobertura afirmando que o julgamento de Bolsonaro teria sido o estopim para Trump adotar a medida econômica, intensificando a rivalidade com o atual presidente brasileiro.