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The Economist critica Bolsonaro e diz que julgamento é “lição de democracia”

Publicação britânica analisa impacto político do julgamento no STF e relaciona caso brasileiro à momento atual da política nos EUA

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Bolsonaro na capa da The Economist retratado como extremista
Nova edição da revista britânica The Economist. Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao cenário internacional ao estampar a capa da revista britânica The Economist desta semana. A publicação destacou o julgamento marcado para 2 de setembro, classificando o caso como uma “lição de democracia” para os Estados Unidos, que, segundo a revista, está se tornando mais “corrupto, protecionista e autoritário“.

Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar e prestes a ser julgado por tentativa de golpe de Estado, foi ilustrado com o rosto pintado nas cores do Brasil e um chapéu semelhante ao usado pelo “viking do Capitólio”, um dos apoiadores de Donald Trump na invasão ao Congresso americano em 2021.

“O Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”, diz o jornal.

Ainda segundo a revista, “o golpe fracassou por incompetência, e não por intenção”.

Bolsonaro é chamado de “Trump dos trópicos”

Jair Bolsonaro e Donald Trump
Jair Bolsonaro e Donald Trump. Foto: Divulgação / PR

Na reportagem, o ex-presidente é descrito como um líder polarizador e apelidado de “Trump dos trópicos”. O texto afirma que Bolsonaro e seus aliados provavelmente serão considerados culpados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para a revista, o fracasso do golpe se deu mais por incompetência do que por falta de intenção.

A análise também aponta o Brasil como um caso de teste para avaliar a recuperação de países atingidos pela chamada “febre populista”, fenômeno que também afeta EUA, Reino Unido e Polônia.

O que o Brasil pode ensinar aos EUA?

Entre os argumentos, a The Economist lembra medidas recentes de Donald Trump em apoio a Bolsonaro, como a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

A publicação cita ainda tentativas de interferência no Federal Reserve e ameaças a cidades governadas por democratas, comparando o cenário atual com a antiga prática de Washington de desestabilizar países latino-americanos.

Brasil assume papel de “adulto democrático”

Segundo a revista, a interferência de Trump tende a fracassar, já que no Brasil a maioria dos políticos, de diferentes partidos, busca seguir as regras e avançar por meio de reformas.

Para a publicação, essa postura representa um sinal de maturidade política e coloca o Brasil, ao menos temporariamente, como o verdadeiro “adulto democrático” do hemisfério ocidental.