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Governo Trump cogita reality show onde imigrantes disputam cidadania
Programa inspirado em “Jogos Vorazes” e “Round 6” premiaria imigrantes com cidadania americana; ideia gera polêmica
O governo do ex-presidente Donald Trump estaria considerando a criação de um reality show nos Estados Unidos, onde imigrantes legais competiriam pela cidadania americana. A proposta, que soa como um roteiro distópico, foi revelada pelo The Wall Street Journal e estaria sendo discutida com uma emissora de TV. O projeto tem como inspiração obras como “Jogos Vorazes” e o fenômeno sul-coreano “Round 6” (Squid Game).
Como funcionaria o reality show para imigrantes?
Segundo o produtor Rob Worsoff, a ideia não surgiu no governo Trump, mas remonta à gestão de Barack Obama, iniciada em 2009. No formato proposto, somente imigrantes com documentação legal poderiam participar. A competição renderia cidadania americana aos vencedores, enquanto os derrotados não seriam deportados, segundo os idealizadores.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) estaria em negociações preliminares, mas ainda não há confirmação oficial sobre a produção do programa. Ainda assim, o fato de o governo cogitar uma iniciativa desse tipo já provocou forte repercussão e críticas, especialmente entre ativistas de direitos humanos e defensores da causa imigratória.
Qual a relação do projeto com a política migratória de Trump?
Conhecido pelo discurso rígido contra a imigração ilegal, Donald Trump declarou emergência na fronteira com o México logo após assumir o governo, em janeiro deste ano. Ele também emitiu decretos polêmicos, como o que tenta impedir que filhos de imigrantes nascidos em solo americano tenham direito automático à cidadania, atualmente questionado na Justiça.
Além disso, o governo Trump estabeleceu metas de prisões para a polícia migratória, o que gerou episódios de deportações em massa e denúncias de maus-tratos. Brasileiros deportados relataram ofensas e agressões, situação que foi denunciada pelo governo brasileiro antes que os relatos cessassem.
A proposta do reality show, portanto, surge em um contexto de hostilidade crescente contra imigrantes, mesmo os com permanência legal, e levanta questionamentos sobre a banalização da cidadania por meio de entretenimento.
