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Vídeo: repórter leva tiro de borracha ao vivo durante cobertura de protesto nos EUA
Imagens mostram agente apontar a arma e disparar contra a repórter que fazia cobertura dos protestos
Durante a cobertura dos intensos protestos contra medidas anti-imigração do governo Trump, a repórter australiana Lauren Tomasi, do canal 9News, foi atingida por uma bala de borracha disparada por um policial em Los Angeles, na noite de domingo (8).
O momento do disparo foi registrado em vídeo: Lauren estava de costas para um cordão policial quando um dos agentes mirou e atirou em sua direção, acertando sua perna.
“Lauren e seu cinegrafista estão bem e continuarão seu trabalho essencial cobrindo esses eventos. Esse incidente é um lembrete claro dos perigos inerentes que os jornalistas podem enfrentar ao cobrir protestos na linha de frente, reforçando a importância do papel que desempenham ao fornecer informações vitais”, disse a emissora em nota.
Veja as imagens:
O que motivou os protestos em Los Angeles?
As manifestações começaram há três dias, após o envio de agentes federais e da Guarda Nacional a Los Angeles para reprimir imigrantes ilegais. No entanto, nos últimos meses, surgiram diversos casos de imigrantes legalizados que foram presos pelo governo, como estudantes de universidade e pessoas com permissão para moradia no país. A cidade, com forte presença latina, reagiu com marchas, confrontos e protestos contra o que muitos classificam como abuso de poder do presidente Donald Trump.
Na noite de domingo, veículos foram incendiados, incluindo carros autônomos da Waymo, e a Rodovia 101 chegou a ser totalmente bloqueada. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha, e ao menos 27 pessoas foram presas.
O que dizem Trump e o governador da Califórnia?
Trump alegou nas redes sociais que “multidões violentas” atacam agentes federais e que a ordem será restaurada. O governador Gavin Newsom, do Partido Democrata, criticou duramente a federalização das tropas, acusando o presidente de tentar militarizar a Califórnia e agravar os conflitos sociais.
Embora Trump não tenha invocado formalmente a Lei de Insurreição de 1807, usou outro instrumento jurídico para mobilizar a Guarda Nacional em apoio ao ICE (agência de imigração). Especialistas alertam que isso pode representar um precedente perigoso no uso de militares em território nacional.
